segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Vai menina, fecha os olhos
Solta os cabelos
Joga a vida
Como quem não tem o que perder
Como quem não aposta
Como quem brinca somente
Vai, esquece do mundo
Molha os pés na poça
Mergulha no que te dá vontade
Que a vida não espera por você
Abraça o que te faz sorrir
Sonha que é de graça
Não espere
Promessas vão e vem
Planos, se desfazem
Regras, você as dita
Palavras, o vento leva
Distância, só existe pra quem quer
Sonhos se realizam, ou não
Os olhos se fecham um dia, pra sempre
E o que importa você sabe, menina
É o quão isso te faz sorrir
E só

Caio Fernando Abreu


domingo, 25 de dezembro de 2011

ook!

Vamos lá...

- Todas as frutas foram para um acampamento, menos o mamão!
- Por que?
- Porque ele foi PAPAYA...

kkkkkkkkk ¬ ¬

Outra:

- Tinham dois pães de queijo brincando de esconde-esconde
- Um deles se escondeu no forno. O que o outro pão de queijo disse quando abriu o forno?
- Assôô!!

kkkkkkkkkkkkkkkkkkk amei amei!!

Mais uma:

- Por que colocaram uma cama elástica no Polo Norte?
- pra o urso pOlar....

kkkkkkkk essa merece a encenação de um urso pulando!!

Pronto a última, juro!

- O que a minhosa disse para o minhoco?
- Você minhoukésce!!!

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Fazer o que...eu gosto ué!
Aprendi esse final de semana!

;)

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Niver do Lizzard King

Fã que é fã decora data de nascimento e faz homenagem rsrs


Ontem, 8 de Dezembro, foi aniversário de James Douglas Morrison, vocalista da banda The Doors, já tão bem citada em post anterior aqui no /alecrimdouradoo. Hoje com um dia de atraso, pois não tive tempo ontem e em meio a essa correria cotidiana o Jim ganha esse espaço aqui novamente...
Nascido em 1943 em Melbourne na Flórida. Antes de ser músico Jim era poeta, muitas vezes incompreendido, sua sinceridade e seu jeito de expôr a mais dura realidade sobre a humanidade em suas poesias conquistaram grande multidão, mas também afastavam aqueles que não compreendiam suas atitudes. Do seu filósofo favorito, Friedrich Niesztche, Jim tirou alívio e incentivo para dizer "sim para a vida". E Jim em tudo colocava grandes porções de intensidade, não só no uso das drogas, mas na maneira de compor e de interpretar, tendo um grande interesse pelo "desconhecido", pelos loucos, perdidos e indomados, ou, como ele diz: " Há coisas que sabemos e há coisas desconhecidas e entre elas existem as portas" inspirado em um dos seus escritores favoritos Aldous Huxley em The doors os perception.
Jim aos 12 anos de idade já devorada sua biblioteca pessoal onde estavam presentes, Rimbaud, Baudelaire, Edgar Allan Poe, William blake, Lord byron entre outros.
Aqui vão algumas fotos, música e poema desse Lizzard King que tanto gosto...



Jim e Pam, o seu par cósmico, como ele mesmo chamava.


Em muitos de seus shows Jim costumava dar gritos como: "Acordem!", mil vezes numa tentativa de sacudir o público e tirá-los de suas mentes adormecidas. E quando evoca músicas como " The End" algo dentro da gente, muda, se altera e deixa de ser. No final após ter conquistado América do Norte e todo restante do Ocidente, após ter sido perseguido por várias cortes de países por onde passou e sido ridicularizado pela imprensa, Jim resolveu ir para Paris dedicar-se apenas à poesia, foi quando escreveu a letra da canção Rock is dead e em Paris sentiu-se em casa, berço de vários outros artistas do passado, Jim enfim descansou e encontrou o fim, "beautiful friend, the end"...falecendo em 3 de Julho de 1971, sepultado no cemitério Père-Lachaise ao lado de outros artitas como Chopin, Marcel Proust e Oscar Wilde.




" ... I found an island in your arms, country in your eyes, arms that chain us, eyes that lie, Break on trought to the other side..."



Clipe da música Break On Through

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Cuba - Otto


Se Cuba não vai ao Papa
É o Papa que vai a Cuba
Quem acha que a vida é dura
Na vida não tem tal praça
Oi, não, se Cuba não vai, é o Papa que vem
Quem pensa que é, não sabe demais
Porque, malandro que é malandro é malandro demais
malandro que é malandro é malandro demais
malandro que é malandro

Se Cuba não vai ao Papa
É o Papa que vai a Cuba
Quem acha que a vida é dura
Na vida não tem tal praça
Oi, não, se Cuba não vai, é o Papa que vem
Quem pensa que é, não sabe demais
Porque, malandro que é malandro é malandro demais
malandro que é malandro é malandro demais
malandro que é malandro
Para Xangô, Iemanjá...

Minha vida é o mar
O que da vida posso ter
como a vida deve ser
como o mundo deve ser
como a vida deve ser
com as balizas do nosso sistema
encaminhando seus filhos pra guerra
como a vida deve ser
O que da vida posso ter
como o mundo deve ser
nas as balizas do nosso sistema
encaminhando seus filhos pra guerra

no meio disso tudo eu não me envolvo não me sujo
até um tempo atras eu era um pobre vagabundo
andava pela rua nenhum trocado
ia a pé pra todo lado maltrapido e maltratado
maltrapido e maltratado falido e mau cuidado
quem vai abrir pra mim as portas da Babylonia

Se Cuba não vai ao Papa
É o Papa que vai a Cuba
Quem acha que a vida é dura
Na vida não tem tal praça
Oi, não, se Cuba não vai, é o Papa que vem
Quem pensa que é, não sabe demais
Porque, malandro que é malandro é malandro demais
malandro que é malandro é malandro demais
malandro que é malandrooo
Para Xangô, Iemanjá...

Se aquilo tudo é o mar
Faça então desfaça
Quem tem fé em Deus se afasta
Não falei mania de Graça
Fala da zica só atrasa
Se Cuba não vai ao Papa
É o Papa que vai a Cuba
Quem acha que a vida é dura
Na vida não tem tal praça
Oi, não, se Cuba não vai, é o Papa que vem
Quem pensa que é, não sabe demais
Porque, malandro que é malandro é malandro demais
malandro que é malandro é malandro demais
malandro que é malandrooo

Para Xangô, Iemanjá...

Vida Maria


Maria José, Maria de Loudres, Maria Antônia, Marias...

De todos os cantos do mundo...

domingo, 13 de novembro de 2011

Chá Verde

Eu tentei evitar
Liguei a tevê
E deitei no sofá
Desde que haja tempo pra sonhar
E assuntos pra desenvolver
Não é muito fácil desligar

Me dá pena do meu chinês
Por ele eu passava o dia inteiro
A meditar
Bebendo chá verde ele me diz
"Fica feliz que vai funcionar"
Mas eu tô feliz,
Eu juro pelo meu irmão
O saldo final de tudo
Foi mais positivo que mil divãs

Por isso que não adianta
Querer julgar
É cada um por si
Na sua
Própria bolha de ar
Mas o que eu penso mesmo
É encontrar alguém que me dê carinho e beijo
Me trate como um nenêm,
Me trate muito bem
Ah, eu só quero amor
Seja como for o amor
Seja bom, seja bom,
Seja bom, seja amor
Me faz mais feliz
Me dá asas pra fluir
E cantar o amor

domingo, 30 de outubro de 2011

Fora da Nova Ordem Mundial



" A gente quer ter voz ativa e nosso destino mandar, mas eis que chega a roda viva e carrega o destino pra lá..."

Produção de novos olhares...

Hoje quero falar sobre o povo brasileiro e o acesso às redes de saúde mental. Os estudos e pesquisas na área mostram que 70% da população utilizam-se desse serviço, que cresce cada vez mais, população de classe média alta, mas onde estão os suportes para as demais demandas da população, as de classes "inferiores" justamente as que mais necessitam de assistência, apoio e proteção.  A tendência para a psicologia clínica individual cresce e até quando iremos alimentar esse "ego" ao invés de nos importarmos em construir uma etica da convivência livres de valores da ética burguesa?

Frente à esse modelo de sociedade que valoriza o consumo, resistir à "niente", não sucumbir é tarefa difícil, antes na senzala, hoje na periferia do mundo. Estou falando da nossa necessidade de produzir epistemologias, onde tenhamos energia para construir sabendo o que fazer e como, indepente da situação. E não falo só de psicólogos, isso aplica-se à todos os setores envolvidos nos cuidados de saúde básica, fisioterapeutas, médicos, dentistas, assistentes sociais, profissionais que saibam trabalhar integrados, num universo em comunhão dos saberes, da interdisciplinaridade. É preciso um repensar que se ancore na libertação (ação, ato de conquista). O modelo de indivíduo não é o que modelo com  o qual convivemos. quando mais precisamos de uma percepção apurada da realidade mais somos empurrados à sobrevivência.

É muito fácil olharmos as manchetes dos jornais e apontarmos criminosos, atirar-lhes palavrões, xingamentos, "filho da puta, vagabundo, roubou meu relógio" mas se estivermos integrados e inseridos e responsabilizados por isso também, não estariamos fazendo nossas criticas de morais burguesas ao comentar por exemplo um roubo, ou até mesmo assassinato. Qual o valor que esta pessoa que comete o crime dará ao próximo, se ele mesmo não tem o seu valor? E é foda admitir isso, mas somos nós que produzimos.

Nós estamos inseridos num pragmatismo e numa funcionalidade alienados dos outros, vivemos em muros, grades, nos isolamos cada vez mais dentro de nós mesmos, por medo do outro, alienados até de nós mesmos.

Os indivíduos estão escancarados na nossa frente e nós não temos como abracá-lo, prevení-lo e cuidá-lo. Como a filósofa Silvia Lane diz, "precisamos sair de nossas torres de marfins", se há uma prevenção da comunidade, do povo, há uma distanciamento, diminuição das patologias da nossa sociedade, o sofrimento existencial é porta, passagem para o transtorno. Falo de escuta, de olhares, de cuidar, escutar nu e cru o indíviduo e também não somente a escuta dele dentro da nossa teoria, nada somos quando também compactuamos das mesmas dores.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Que se passa?

O que se passa?
O que acontece contigo?

Tuas mãos não te obedecem.
Teus dedos rijos,
Não querem também obedecer!
Que se passa, menino,
Em tua cabeça,
Em teu coração?

Quanto padece teu corpo!
Quanto padece teu ser!
Ao saber não saber
Que és capaz de também aprender,
Do teu jeito,
Do teu modo,
Também ler e escrever!

Quem te disse que não podes,
Que não sabes,
Que não vais aprender?
O que se passa?
Que se passa contigo?
Não lembras as cores?
As letras, os números?
Nem mesmo teu nome
Consegues escrever?

No entanto,
Carregas um desejo gigante
De mais conhecer!
Perguntas,
Perguntas...
Tu fazes que não sabes
E sabe que sabe
Mas não podes dizer!

Se esconde,
Se mostra
Se veste e reveste
Se transveste
Para que não o descubram
Capaz de aprender!
Onde foi que deixaste
Tua vontade de ser?
Onde foi que enterraste
Teu "sonho-rojão"?
Teu desejo?

Desejo que é vida
Que é ar,
Que é pão.

Onde foi que te esqueceste,
Te perdeste,
Te encolheste,
Como quem quisesse
Da vida abrir mão?

Foi um veredito:
"não vais aprender"?
Ou quem sabe,
Cansou de lutar para mostrar
Que também tu podes
Do teu jeito aprender?

Suscitas-me perguntas,
Interrogações profundas,
Quase sem respostas...
Desperta-me dúvidas
Não sobre ti,
Mas sobre o meu saber,
Tão certo!
Tão igual!
Tão reconhecido, instituído, oficial!

Nas tuas limitações,
Eu vejo as minhas!
Nas tuas dificuldades,
Encontro o meu "não saber"!
És espelho que reflete
O meu "saber-não-saber".
Conhecimento sem corpo
E sem palpitação

Diante de ti,
conecto-me com meu desconhecido,
Com minha ignorância,
Com minha descoordenação motora,
Com meus dedos rijos,
Com minhas mãos duras e indomáveis,
Com minha pouca percepção,
Não de cores e formas,
Mas de mim mesma...

Que se passa menino?
Que acontece contigo?

Concordas com quem diz:
"Nada podes saber!?"
Pois nasceu roxo, fraquinho,
Pequeno e sem ar
Por isso não pode agora aprender...

Que grande mentira!
Disseram-te um dia!
Sonegando-te o direito
De descobrir e aprender!

Ninguém desaprende
O que um dia aprendeu,
Esconde ou rejeita,
Engana ou empana!
Mas tirar o que em vida
A experiência lhe deu,
Nem mágica!
Nem feitiço!
Consegue tirar!

Que se passa menino?
Que acontece contigo?

Bem sabes que sabes,
Bem sabes que do teu modo,
Do teu jeito,
Fazes tua escola e teu saber
Fazes-te aprendente e ensinante
Sujeito e objeto
do teu próprio saber.

A escola te rejeita,
Te enjeita
Pois não marchas
no rítmo que querem
Não respondes em refrão
Não cantas os hinos em coro
Não pedes a benção
Nem beijas a mão...

Pensar diferente tem preço!
Pensar diferente dói
e faz pagão!
Excluídos da escola
Mas não do saber!
Ser diferente do bando,
Da turma,
Não prova que não saiba aprender
Nem sabes, menino,
Que na tua limitação,
Na tua diferença,
No teu jeito de ser,
Aparentemente tão pobre,
Incapaz e desinteligente,
Tens sido pra mim,
A cada sessão,
Um mestre,
Um irmão,
Um ensinante,
Que nada garante,
Mas deixa-me ser...

Que se passa menino?
Que acontece contigo?

Alfabetiza-me na cartilha
Do teu "não-saber",
Para que eu possa descobrir
O sabor da leitura.
E o prazer da escrita
De um texto que ainda não li.



segunda-feira, 17 de outubro de 2011

"...Prefiro ser criticado como idealista e sonhador inveterado por continuar, sem relutar, a apostar no ser humano, a me bater por uma legislação que o defenda contra as arrancadas agressivas e injustas de quem transgride a própria ética. A liberdade do comércio não pode estar acima da liberdade do ser humano. A liberdade de comércio sem limite é licenciosidade do lucro. Vira privilégio de uns poucos que, em condições favoráveis, robustece seu poder contra os direitos de muitos, inclusive o direito de sobreviver. Uma fábrica de tecido que fecha por não poder concorrer com os preços da produção asiática, por exemplo, significa não apenas o colapso econômico-financeiro de seu proprietário que pode ter sido ou não um transgressor da ética universal humana, mas também a expulsão de centenas de trabalhadores e trabalhadoras do processo de produção. E suas famílias? Insisto, com a força que tenho e que posso juntar na minha veemente recusa a determinismos que reduzem a nossa presença na realidade histórico-social à pura adaptação a ela. O desemprego no mundo não é, como disse e tenho repetido, uma fatalidade. É antes o resultado de uma globalização da economia e de avanços tecnológicos a que vem faltando o dever ser de uma ética realmente a serviço do ser humano e não do lucro e da gulodice irrefreada das minorias que comandam o mundo..."

Lendo isso hoje no almoço e me contorcendo com um fato particular e pessoal baseado em experiências dessa vida de aspirante à psicóloga em rh de empresas...

Queria dividir esse trecho que tanto me meche...

 Livro: Pedagogia da Autonomia.

Saberes necessários à prática educativo-crítica, fundamentados numa ética pedagógica e numa visão de mundo alicerçadas em rigorosidade, pesquisa, criticidade, risco, humildade, bom senso, tolerância, alegria, curiosidade, competência, generosidade e disponibilidade...molhadas pela esperança.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Evaporar



Tempo a gente tem
Quanto a gente dá
Corre o que correr
Custa o que custar

Tempo a gente dá
Quanto a gente tem
Custa o que correr
Corre o que custar

O tempo que eu perdi
Só agora eu sei
Aprender a dar
Foi o que ganhei

E ando ainda atrás
Desse tempo ter
Pude não correr
Dele me encontrar

Ahh não se mexeu
Beija-flor no ar

O rio fica lá
A água é que correu
Chega na maré
Ele vira mar

Como se morrer
Fosse desaguar
Derramar no céu
Se purificar

Ahh deixa pra trás
Sais e minerais, evaporar!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A xícara

Quando eu era menina, costumava visitar minha avó nas tardes de
sábado. De certa feita fui vê-la, como de costume, porém eu estava
preocupada e aborrecida. Ela estava lidando com suas plantas no
jardim, e, ao ver-me, percebeu logo que alguma coisa estava
acontecendo. Interrompendo seus afazeres, convidou-me a entrar,
dizendo:
 -Vamos até à cozinha, hoje fiz uma receita nova e quero que você a experimente.
Não me entusiasmei muito com o doce e terminei contando-lhe, muito
queixosa, o que vinha me acontecendo. Segundo a minha narrativa eu
tivera uma grande decepção que, provavelmente, iria estragar o resto
de minha vida.
Vovó ouviu-me atentamente, sem fazer nenhum comentário. Quando
terminei, ela ergueu-se, tomou uma xícara e encheu-a de água pela
metade. Colocou-a à minha frente e me perguntou:
— Diga-me, minha filha, esta xícara está meio cheia ou meio vazia?
— Está... tanto uma coisa quanto a outra, respondi devagar sem prever
aonde ela chegaria.
—É isso mesmo. Tanto se pode dizer que está cheia, como vazia!
disse-me ela. E prosseguiu: Da mesma maneira, filha, nunca podemos
dizer se nossa vida está meio cheia ou meio vazia. Todos nós temos o
nosso quinhão de tristezas e de alegrias. Mas a nossa vida só é feliz
conforme a maneira pela qual encaramos as coisas. Tudo depende de nós.
Podemos estar sempre a lamentar porque a xícara está meio vazia, ou,
pelo contrário, nos alegrarmos porque a xícara está meio cheia.
E, até hoje, quando sofro a tentação de queixar-me da sorte, lembro-me
daquela xícara da vovó, que me ensinou como encarar as coisas. Na vida
há tristezas e alegrias, mas a xícara nunca está completamente cheia.

Tudo, depende de como a vemos...

quarta-feira, 21 de setembro de 2011


"...É você que tem
o colo que eu
deito e descanso

E é tão teu
Meu coração
Aflito e manso..."

segunda-feira, 19 de setembro de 2011


"Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante nas voltas do meu coração"

Paraísos Artificiais


Baudelaire, chamou-as de paraísos artificiais, as satisfações momentâneas que os homens buscavam para fugir da mediocridade existencial a que a grande maioria estava condenada, mesmo que o despertar daquele fugaz momento "edênico" tivesse horríveis conseqüências. Foi um dos primeiros poetas a escrever ensaios sobre as sensações de uso de entorpecentes.
O que interessa observar é a insinuação de Baudelaire de que a busca pelas drogas atende a uma real compulsão humana em querer atingir algum tipo de éden, ou nirvana, eu diria um alívio imediato, como diz Humberto Gessinger, ainda que seja pela via farmacêutica e cobre um grande desalento. A falsa gratificação psicológica que a religião provoca estaria sendo substituída pelos efeitos deletérios das drogas. A isto soma-se uma visão, tipicamente moderna, de um mundo materialista e não-transcendente que se ofusca em uma idéia de Deus...

Com Engenheiros do hawaí de trilha sonora...

O melhor esconderijo, a maior escuridão
Já não servem de abrigo, já não dão proteção
A Líbia é bombardeada, a libido e o ví­rus
O poder, o pudor, os lábios e o batom

Que a chuva caia
Como uma luva
Um diluvio
Um delírio
Que a chuva traga
Alivio imediato

Que a noite caia
De repente caia
Tão demente
Quanto um raio
Que a noite traga
Ali­vio imediato

Há espaço pra todos, há um imenso vazio
Nesse espelho quebrado por alguém que partiu
A noite cai de alturas impossí­veis
E quebra o silencio e parte o coração

Há um muro de concreto entre nossos lábios
Há um muro de Berlim dentro de mim
Tudo se divide, todos se separam
Duas Alemanhas, duas Coreias
Tudo se divide, todos se separam

Que a chuva caia
Como uma luva
Um diluvio
Um delírio
Que a chuva traga
Alivio imediato
Que a noite caia
De repente caia
Tão demente
Quanto um raio
Que a noite traga
Ali­vio imediato...

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Pude bem cedo conhecer melhor aquela flor. Sempre houvera, no planeta do pequeno príncipe, flores muito simples, ornadas de uma só fileira de pétalas, e que não ocupavam lugar nem incomodavam ninguém. Apareciam certa manhã na relva, e já à tarde se extinguiam. Mas aquela brotara um dia de um grão trazido não se sabe de onde, e o principezinho vigiara de perto o pequeno broto, tão diferente dos outros. Podia ser uma nova espécie de baobá. Mas o arbusto logo parou de crescer, e começou então a preparar uma flor. O principezinho, que assistia à instalação de um enorme botão, bem sentiu que sairia dali uma aparição miraculosa; mas a flor não acabava mais de preparar-se, de preparar sua beleza, no seu verde quarto. Escolhia as cores com cuidado. Vestia-se lentamente, ajustava uma a uma sua pétalas. Não queria sair, como os cravos, amarrotada. No radioso esplendor da sua beleza é que ela queria aparecer. Ah! Sim. Era vaidosa. Sua misteriosa toalete, portanto, durara dias e dias. E eis que uma bela manhã, justamente à hora do sol nascer, havia-se, afinal, mostrado.


E ela, que se preparava com tanto esmero, disse, bocejando:
- Ah! Eu acabo de despertar… Desculpa… Estou ainda toda despenteada…
O principezinho, então, não pôde conter o seu espanto:
- Como és bonita!
- Não é? Respondeu a flor docemente. Nasci ao mesmo tempo que o sol…
O principezinho percebeu logo que a flor não era modesta. Mas era tão comovente!
- Creio que é hora do almoço, acrescentou ela. Tu poderias cuidar de mim…
E o principezinho, embaraçado, fora buscar um regador com água fresca, e servira à flor.
Assim, ela o afligira logo com sua mórbida vaidade. Um dia por exemplo, falando dos seus quatro espinhos, dissera ao pequeno príncipe:
- É que eles podem vir, os tigres, com suas garras!
- Não há tigres no meu planeta, objetara o principezinho. E depois, os tigres não comem erva.
- Não sou uma erva, respondera a flor suavemente.
- Perdoa-me…
- Não tenho receio dos tigres, mas tenho horror das correntes de ar. Não terias acaso um pára-vento?
“Horror das correntes de ar… Não é muito bom para uma planta, notara o principezinho. É bem complicada essa flor…”
- À noite me colocarás sob a redoma. Faz muito frio no teu planeta. Está mal instalado. De onde eu venho…
Mas interrompeu-se de súbito. Viera em forma de semente. Não pudera conhecer nada dos outros mundos. Humilhada por se ter deixado apanhar numa mentira tão tola, tossiu duas ou três vezes, para pôr a culpa no príncipe:
- E o pára-vento?
- Ia buscá-lo. Mas tu me falavas…
Então ela redobrara a tosse para infligir-lhe remorso.
Assim o principezinho, apesar da boa vontade do seu amor, logo duvidara dela. Tomara a sério palavras sem importância, e se tornara infeliz.
“Não a devia ter escutado – confessou-me um dia – não se deve nunca escutar as flores. Basta olhá-las, aspirar o perfume. A minha embalsamava o planeta, mas eu não me contentava com isso. A tal história das garras, que tanto me agastara, me devia ter enternecido…”
Confessou-me ainda:
“Não soube compreender coisa alguma! Devia tê-la julgado pelos atos, não pelas palavras. Ela me perfumava, me iluminava… Não devia jamais ter fugido. Devia ter-lhe adivinhado a ternura sob os seus pobres ardis. São tão contraditórias as flores! Mas eu era jovem demais para saber amar.”


A rosa do Pequeno Príncipe.

Humano, demasiado humano.

[Alegria da Velhice]

O pensador ou o artista que guardou o melhor de si em suas obras sente uma alegria quase maldosa, ao olhar seu corpo e seu espírito sendo alquebrados e destruídos pelo tempo, como se de um canto observasse um ladrão a arrombar seu cofre, sabendo que ele está vazio e que os tesouros estão salvos.


[O prazer no absurdo]

Como pode o homem ter prazer no absurdo? Onde que que haja risos no mundo, isto acontece; pode-se mesmo dizer que, em quase toda parte onde existe felicidade, existe o prazer no absurdo. A inversão da experiência em seu contrário, do que tem finalidade no que não tem, do necessário no arbitrário, mas de modo que este processo não cause nenhum mal e seja concebido apenas por exuberância - isso deleita, pois nos liberta momentaneamente da coerção do necessário, do apropriado e experimentado, que costumamos ver como nossos senhores implacáveis; brincamos e rimos quando o inesperado (que geralmente amedronta e inquieta) se desencadeia sem prejudicar.


[Livros que ensinam a dançar]

Há escritores que por apresentarem o impossível como possível e falarem do moral e do genial como se ambos fossem apenas um capricho, um gosto, provocam um sentimento de liberdade exuberante, como se o homem se colocasse nas pontas dos pés e tivesse que absolutamente dançar por prazer interior.


Trechos destacados de: Humano, demasiado humano.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

"O queridinho dos pós-modernos"

"...Este executor, ainda que forte e robusto, teve grande dificuldade em arrancar os pedaços de carne que tirava em suas tenazes duas ou três vezes do mesmo lado ao torcer, e o que ele arrancava formava em cada parte uma chaga do tamanho de um escudo de seis libras. Depois desses suplícios, Damiens, que gritava muito sem contudo blasfemar, levantava a cabeça e se olhava; o mesmo carrasco tirou com uma colher de ferro do caldeirão daquela droga fervente e derramou-a fartamente sobre cada ferida. Em seguida, com cordas menores se ataram as cordas destinadas a atrelar os cavalos, sendo estes atrelados a seguir a cada membro ao longo das coxas, das pernas e dos braços.” Capítulo 1


Sádico ou não, Foucalt dá um show nessa obra-prima trazendo uma análise historica, sociológica e filosófica do nascimento dos sistemas de punição. E falar em punição no Brasil é fácil e agrada à todos, a nossa sociedade adora uma punição e para tudo há centenas de leis, lógico até nisso o brasileiro imita o americano, que aprova em aproximadamente cerca de 50 estados a pena de morte, viva o American Way of Life, ou pior, American way of to kill.  Como se não bastassem as grifes, marcas, comidas e esse monte de supérfluo tolo que a gente importa. Desculpem-me não teve como segurar a alfinetada, saindo desse momento EUA após o tão comentado 11 de setembro, o que Foucault nos traz, não é uma opnião do que para ele é melhor, correto ou não, mas sim uma análise dessa perspectiva de que o nosso sistema compõe um outro sistema mais vasto e mais complexo que é o sistema punitivo. Nossa! E como não nos damos conta disso no nosso dia-dia!! Foucault abre o livro com essa descrição crua de um suplício.

Para ele, os asilos, orfanatos, hospícios, colégios, reformatórios, usinas e prisões, todas essas instituições, fazem parte de uma espécie de grande forma social do poder, e que deu subsídios necessários para o nascimento de uma sociedade industrial, ou, a continuidade dela com o sistema capitalista. Me delicio toda vez que tenho que fazer alguma resenha ou alguma disciplina da faculdade, como por exemplo a que estou fazendo de Psicologia, Organizações e Instituições Sociais, onde eu volto e pego o Focault novamente. Está explícito aqui agora um pouco da minha admiração por este "queridinho dos pós-modernos" entre aspas mencionando a forma como os críticos deploram os foucaultianos rsrs.

Bruna Ramos.

Vou mostrando como sou
E vou sendo como posso,
Jogando meu corpo no mundo,
Andando por todos os cantos
E pela lei natural dos encontros
Eu deixo e recebo um tanto...

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Hoje eu tive um "infarto do coração"!!


Safado da mamãe!!  :)

Sol de Primavera


Pic By Eduardo.

"Quando entrar setembro e a boa nova andar nos campos
Quero ver brotar o perdão onde a gente plantou juntos outra vez
Já sonhamos juntos semeando as canções no vento
Quero ver crescer nossa voz no que falta sonhar
Já choramos muito, muitos se perderam no caminho
Mesmo assim não custa inventar uma nova canção que venha nos trazer
Sol de primavera abre as janelas do meu peito
a lição sabemos de cor
só nos resta aprender..."


quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Frágil e Extraordinário



- O que está fazendo, Fellini?

- Às vezes gosto de ficar um tempo observando o mundo e ver como tudo é frágil e extraordinário.

:)

Viva La Vida - Alternative


Qualquer semelhança não é mera coincidência é pura homenagem.

Cris Martin (Coldplay) de Daniel Gahan (Depeche Mode)...

Lindo o clipe de Enjoy The Silence com Depeche Mode, postei abaixo com a versão de Wrecked Machines, porque também gosto dessa. E evidente que também de Coldplay! Eles fizeram esse clipe alternativo em 2008 em homenagem ao D.M mas somente agora que fui descobrir. Então, só me resta enjoy it! :)

Enjoy The Silence - Wrecked Machines



Words like violence
Break the silence
Come crashing in
Into my little world
Painful to me
Pierce right through me
Can't you understand
Oh my little girl

All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very
Unnecessary
They can only do harm

Vows are spoken
To be broken
Feelings are intense
Words are trivial
Pleasures remain
So does the pain
Words are meaningless
And forgettable

All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very
Unnecessary
They can only do harm

All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very
Unnecessary
They can only do harm

All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very
Unnecessary
They can only do harm

Enjoy the silence...

Está lançado o evento maior da Gestalt-terapia brasileira em 2011, o XIII Encontro Nacional de Gestalt-terapia e X Congresso Brasileiro da Abordagem Gestáltica.

Organizado pela comunidade gestáltica de São Paulo, o evento está acontecendo entre 07 e 10 de setembro de 2011, desta quarta-feira (amanhã) a sábado, na Estância de São Pedro - SP.

O tema do congresso é “Ser Humano”. Verbo e substantivo, ação e presença. Comemorando também as seis décadas da Gestalt-terapia, uma abordagem que amadurece através de constantes atualizações e ajustamentos criativos.

http://www.pol.org.br/

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Naquela mesa ele sentava sempre
E me dizia sempre o que é viver melhor
Naquela mesa ele contava histórias
Que hoje na memória eu guardo e sei de cor
Naquela mesa ele juntava gente
E contava contente o que fez de manhã
E nos seus olhos era tanto brilho
Que mais que seu filho
Eu fiquei seu fã
Eu não sabia que doía tanto
Uma mesa num canto, uma casa e um jardim
Se eu soubesse o quanto dói a vida
Essa dor tão doída, não doía assim
Agora resta uma mesa na sala
E hoje ninguém mais fala do seu bandolim
Naquela mesa ta faltando ele
E a saudade dele ta doendo em mim
Naquela mesa ta faltando ele
E a saudade dele ta doendo em mim

sábado, 3 de setembro de 2011



"...Saudade quero ver pra crer
Saudade de te procurar
Na vida tudo pode acontecer
Partir e nunca mais voltar
Como um bom barco no mar
Eu vou, eu vou..."

terça-feira, 30 de agosto de 2011

A cor das flores



"...O que quero dizer é o seguinte: que alguém se torne machista, racista, classista, sei lá o quê, mas se assuma como transgressor da natureza humana. Não me venha com justificativas genéticas, sociológicas ou históricas ou filosóficas para explicar a superioridade da branquitude sobre a negritude, dos homens sobre as mulheres, dos patrões sobre os empregados. Qualquer discriminação é imoral e lutar contra ela é um dever por mais que se reconheça a força dos condicionamentos a enfrentar.,,"  (Paulo Freire)

* O Vídeo foi produzido pela ONCE (Organização nacional de cegos da Espanha) que é uma instituição não governamental que luta pela inclusão e qualidade de vida de deficientes visuais.  Buscam promover a eliminação das barreiras à integração das pessoas portadoras de deficiência. Eu tinha que postá-lo hoje! É um presente para quem assistí-lo. Além do Diego, esse menino lindo e inteligente, o vídeo ressalta a importância dos significados e a percepção dos indivíduos acerca da sua realidade.

Porque, realmente Diego, sempre haverá um passarinho para que cada flor tenha a sua cor!

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

sexta-feira, 26 de agosto de 2011


E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho que se voltou mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho.
Tu és bem bonita.
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o princípe, estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa.
Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- O que quer dizer cativar ?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro amigos, disse. Que quer dizer cativar?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa.
Significa criar laços...
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos.
Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo... Mas a raposa voltou a sua idéia:
- Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música.

E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento do trigo...
A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe:
- Por favor, cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principe, mas eu não tenho tempo. Tenho amigos a descobrir e mundos a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres uma amiga, cativa-me!
Os homens esqueceram a verdade, disse a raposa.
Mas tu não a deves esquecer.
Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas"

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Artigos interessantes...

Estava hoje num grupinho da faculdade, comentando sobre o tão comentado assunto: o tablet do Ari de Sá. Falavamos sobre a preocupação com a educação e a geração futura que cresce cada vez mais apta à uso de tecnologias, mas com poucas habilidades para fazer uso de suas competências mais subjetivas, individuais, sociais e pessoais. Preocupa-me. Que escola darei para meu filho que nao esteja dentro do "sistema" de competição, marketing, moda e "complexos de sucessos empresariais"? Chegando na sala de aula, eu recebo da professora um texto em mãos xerocado (tem coisa mais estudantil que isso? rsrs). Bom, destaco alguns trechos do texto que achei bastante interesse:

"Pais de hoje educam os filhos para o trabalho, mas não para o amor"

Eles fazem tudo que podem para mostrar aos jovens o quanto é importante desenvolver uma carreira mas se esquecem de ensinar-lhes como lidar com os relacionamentos afetivos.
Existe muita dedicação na aquisição de competências profissionais e pouca na de competências para vida amorosa. As pessoas acreditam que nasceram sabendo como se relacionar afetivamente. Mas cresce o número de relações sem harmonia e dignidade, de pessoas incompetentes afetivamente, que geram sofrimento em quem se envolve com elas. Respeito e compromisso aparecem no discurso de muitos, mas não nas atitudes. Não coloco o trabalho em oposição à relação amorosa. Creio que ambos são imprescindíveis para o equilíbrio e a saúde mental. Creio também que é infeliz quem busca realização em um ou em outro apenas. Meu alerta é no sentido de conscientizar e sensibilizar. Se o cuidado na educação para as relações amorosas fosse igual ao que se dá à formação profissional não haveria tanta gente sozinha, infeliz ou vivendo relações insanas.

*Rosa Avello, é psicoterapeuta e especialista em sexualidade humana.

Deixa chover!

Certos dias, de chuva
Nem é bom sair
De casa, agitar
É melhor dormir...

Se você tentou
E não aconteceu
Valeu!
Infelizmente nem tudo é
Exatamente como a gente quer...

As pessoas
Sempre têm
Chance de jogar
De novo e errar
Ver o que convém
Receber alguém
No seu coração
Ou não!
Infelizmente nem tudo é
Exatamente como a gente quer...

Deixa chover
Ah! Ah! Aaaaaaah!
Deixa a chuva molhar
Dentro do peito
Tem um fogo ardendo
Que nunca vai se apagar...

Deixa chover
Ah! Ah! Aaaaaaah!
Deixa a chuva molhar
Dentro do peito
Tem um fogo ardendo
Que nunca, nada
Nada vai apagar...

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Nachos para vegetarianos

Bom, peguei essa receitinha já tá com um tempo e estou morrendo de curiosidade de fazê-la. Apenas troquei a opção da carne moída pela soja. O restante é tal qual o chef mandou :)

Ingredientes:

  • 1 kg de soja

  • 5 colheres de sopa de óleo

  • 1 cebola grande ralada

  • 5 dentes de alho amassados

  • 2 pacotes de Doritos (grande)

  • 200 g de queijo cheddar (aquele de bisnaga)

  • 1 colher e 1/2 de sopa bem cheias de pimenta chilli

  • 3 colheres de sopa de molho inglês

  • Sal e temperos como ervas finas, manjerona e outros, a gosto


  • Para o sour cream:

  • 1 caixinha de creme de leite (o de caixinha é menos consistente, por isso é melhor)

  • 1 pote de cream cheese

  • 2 colheres de sopa de vinagre branco

  • Suco de 1/2 limão


  • Modo de Preparo:
    1. Para o preparo do sour cream, bata no liquidificar o creme de leite, o cream cheese, o vinagre e o limão
    2. Reserve
    3. Coloque numa panela o óleo a cebola e o alho e doure, em seguida acrescente a soja e frite bem
    4. Então coloque os temperos do seu gosto, o sal, o molho inglês e a pimenta chilli
    5. Depois de preparada a soja, forre uma travessa com o doritos, coloque a soja por cima, depois o sour cream e por último o queijo cheddar
    6. Coloque no forno por cerca de 15 minutos numa temperatura de cerca de 180º graus
    7. Está pronto!
    É uma comida apimentada, deliciosa! Não esquecer o segredo da receita, a pimenta chilli, que é uma iguaria mexicana. Para quem gosta, aí vai à gosto de cada um. Ainda não fiz, por enquanto só namoro a receita, depois posto as fotos aqui do passo à passo.

    quarta-feira, 17 de agosto de 2011

    segunda-feira, 15 de agosto de 2011

    Turn Your Lights Down Low



    "...I want to give some love, I want to give some good good loving...

    Relaxante, linda e ainda tem um rappzinho...

    "Oh Let your love come shining in into our lives again.."

    Champagne Supernova



    How many special people change?
    How many lives are living strange?

    sábado, 13 de agosto de 2011

    Otto - Por que

    Pois é, a face é vazia...

    Apenas contém todas as expressões possíveis.
    Mas isto é crú, é cruel,
    é muito perdido, é perdição,
    é sem definição, é definitivo.
    os seres sem imagem especular
    freqüentam o limbo entre a vida e a morte, dizem as lendas.

    Assim, o homem foi criado: veio à vida!
    à "imagem e semelhança" de Alguém.
    Para que esse alguém ensaiasse a própria face na argila da beira do rio, já que a água nada refletia.
    Nunca houve um ser com face própria.
    Essa face carnal, tão valorizada,tão expressiva, apenas esconde o nada da outra, a mais radical das angústias humanas.

    Mas apesar disso, vai-se vivendo!

    Pessoas assimilam a ordem das coisas e a ordem dos homens dados pela tradição.
    Assimilam o engano chamado realidade: esta é a Ordem Natural, aquela é a Natureza Humana.
    Subvertê-las é pecado mortal.

    Os eixos de referência do mundo pessoas escutam de outras pessoas.
    O conjunto de sons significativos distribuídos linearmente
    nos traz a configuração do que vemos e ouvimos, coloca-se ordem na somatória confusa de nossas sensações, e onde havia Caos faz-se Cosmos.

    Assim, aprendemos uma linguagem, e com as palavras, a partir da cara que nos dão os outros, (principalmente mamães e papais), por não confiarem na mesmidade de sua face vazia, (aquela anterior à sua cara), por ter compulsivamente de depositarem, seus legados especificamente humano na conta da sagrada família.

    E assim nos definimos...enquanto ainda há tempo, na ilusão eterna de não sermos devorados pela morte.

    A ordem "natural"(lê-se irônico) das coisas...


    sexta-feira, 12 de agosto de 2011

    Duas Estrelas


    A estrela que está no céu
    Pôs-se um dia a voar
    Viu outra estrela nas ondas
    Era a estrela do mar

    As duas estrelas se olharam
    E ficaram encantadas
    Juntas nadaram, voaram
    Duas estrelas apaixonadas

    E ao darem o primeiro beijo
    Tornaram-se uma estrela cadente
    Se a vires, pede um desejo
    Como faz tanta gente

    -Poemas Infantis-

    quarta-feira, 10 de agosto de 2011

    "Coisas de Psi"

    Quantos psicólogos são necessários para trocar uma lâmpada?

    a)- Nenhum. A lâmpada irá mudar ela mesma quando estiver pronta..
    b)- Só um, mas a lâmpada realmente tem que querer mudar.
    c)- Só um, mas isso vai levar nove visitas à princípio.

    (...)

    rsrsrsrsrs

    domingo, 7 de agosto de 2011

    11th Dimension

    Felicidade clandestina

    Pois logo a mim, tão cheia de garras e sonhos, coubera arrancar de seu coração a flecha farpada. De chofre explicava-se para que eu nascera com mão dura, e para que eu nascera sem nojo da dor. Para que te servem essas unhas longas? Para te arranhar de morte e para arrancar os teus espinhos mortais, responde o lobo do homem. Para que te serve essa cruel boca de fome? Para te morder e para soprar a fim de que eu não te doa demais, meu amor, já que tenho que te doer, eu sou o lobo inevitável pois a vida me foi dada. Para que te servem essas mãos que ardem e prendem? Para ficarmos de mãos dadas, pois preciso tanto, tanto, tanto - uivaram os lobos e olharam intimidados as próprias garras antes de se aconchegarem um no outro para amar e dormir.

    Não tenha pressa...

    Não tenha medo
    Não venha cedo
    Não mude o enredo
    Pode ser ruim

    Não tenha pressa
    Não tem promessa
    Não dê, não peça
    Não me meça assim

    Só coma os frutos
    Só siga um trilho
    Não colha flores
    Em outro jardim
    Não me escravize,
    Não faça brisa,
    Que o vento vem...
    E te leva de mim
    Não conte os passos
    Não cante gloria
    Não corte o impulso
    Da nossa história
    Não venda a alma
    Não perca a calma
    Respeite os traumas
    Dessa trajetória
    Só coma os frutos
    Só siga um trilho
    Não colha flores
    De outro jardim
    Não me escravize
    Não faça brisa
    Que o vento vem...
    E te leva de mim

    quinta-feira, 4 de agosto de 2011


    Coisa linda do meu bem querer esse moço que fui encontrar...
    Já o conhecia de antes, mas só depois fomos namorar!
    Achava muito simpático, bonito e de alma boa
    E pois num é que ele agora só vive sorrindo à toa!
    Foi encontrar o amor denovo perto de uma tal menina
    Que por pura coincidência logo descobriu que era prima
    Usa até aparelho, é apaixonada por esse moço,
    E adora esse tal de Pedro

    Pic By Eduardo.

    terça-feira, 2 de agosto de 2011

    Sutilmente

    E quando eu estiver triste
    Simplesmente me abrace
    Quando eu estiver louco
    Subitamente se afaste
    Quando eu estiver fogo
    Suavemente se encaixe

    E quando eu estiver triste
    Simplesmente me abrace
    E quando eu estiver louco
    Subitamente se afaste
    E quando eu estiver bobo
    Sutilmente disfarce
    Mas quando eu estiver morto
    Suplico que não me mate, não
    Dentro de ti, dentro de ti

    Mesmo que o mundo acabe, enfim
    Dentro de tudo que cabe em ti
    Mesmo que o mundo acabe, enfim
    Dentro de tudo que cabe em ti

    E quando eu estiver triste
    Simplesmente me abrace
    E quando eu estiver louco
    Subitamente se afaste
    E quando eu estiver bobo
    Sutilmente disfarce
    Mas quando eu estiver morto
    Suplico que não me mate, não
    Dentro de ti, dentro de ti

    Mesmo que o mundo acabe, enfim
    Dentro de tudo que cabe em ti
    Mesmo que o mundo acabe, enfim
    Dentro de tudo que cabe em ti
    Mesmo que o mundo acabe, enfim
    Dentro de tudo que cabe em ti
    Mesmo que o mundo acabe, enfim
    Dentro de tudo que cabe em ti.

    Sutilezas Infantis

    Adorei!




    - E você tão pequenininho, vendo esse dinossauro tão grandão, "oquêqueachô"?

    - Cachorro?!
    - Que cachorro o quê?!
    - Eu num sou cachorro não!!

    segunda-feira, 1 de agosto de 2011



    Dó com baixo em dó
    Sol com baixo em si
    Lá com baixo em lá
    Lá com baixo em sol
    Fá com baixo em fá
    Fá com baixo em fá sustenido
    Sol com baixo em sol
    Sol com lá bemol
    Dó maior com dó...

    Flutuando entre mundos

                   Ser fiel a si próprio é um desafio extraordinário num mundo de acordos implícitos, em que toda a gente anuiu em manipular-se subtilmente, sendo que todos o fazem, todos o sentem, todos o reconhecem e ninguém fala nisso. São uma espécie de sub-texto das interacções entre as pessoas. O recriminar subtil e discreto das sobrancelhas que se arqueiam perante o atraso de quarenta minutos do outro, enquanto os lábios são obrigados a repetir mecanica e contrariadamente enquanto os cantos da boca se retorcem "não faz mal nenhum teres-te atrasado" é tão ou mais violento do que uma reprimenda, directa e descarregada. Mas ninguém ousa expressar emoções de vida. Aguenta-se. Carrega-se. Suporta-se. Tolera-se. Aguenta-se. Aguenta-se. E disfarça-se.
                        
                          Não nos atrevemos a expressar vida ou sentimentos, honrando a Coragem que exige sermos fiéis a nós próprios, porque corremos o risco de assustar os outros, afastá-los, levá-los a abandonarem-nos. Se queremos ser carrascos de nós próprios, acredita a parte mais impotente de nós, votemo-nos à rejeição, ao abandono pelos outros, e quebremos aquele que de todos os mandamentos humanos é a mais perversa de todas as leis: não deverás ser quem és, ou o Pai abandonar-te-á e levará com ele a Mãe. Primeiro perderás a força, estímulo e o entusiasmo, seguidamente o apoio e a matéria definhará para sempre debaixo dos teus sovacos. Vais morrer.

                        É verdade que em bebês, o abandono é a garantia da morte. Como adultos, no entanto, ser-se abandonado significa somente ser deixado a sós com a sua própria manipulação e a frustração da sua própria impotência. Sozinhos com nós próprios, o resultado final do ciclo anterior e o motor inevitável da próxima fuga para a frente: o paradigma do que é intolerável numa era de transição da manipulação emocional inconsciente para o apelo da Liberdade enquanto mais e mais irmãos de jornada despertam para a realidade da Alma.
                        
                          E por isso, por esse mesmo medo não nos denunciamos nas nossas manipulaçõezinhas vis e subtis mútuas. Estamos todos ligados... mas enquanto não despertamos para a Alma não é pelos corações que nos unimos; é pelos sentimentos de medo e pelas frequências mentais semelhantes. E todo o desespero frenético de tentar culpabilizar os outros pelos nossos próprios sentimentos, como se nos aliviasse a dor demitirmo-nos da sua autoria ou quiséssemos entregar ao outro a responsabilidade de no-la curar, não é uma solução - é um problema acrescido. Quanto mais acreditamos que o outro nos está a "causar" o que sentimos ou pensamos, mais perdidos estamos do poder pessoal - não aquilo a que uma Humanidade adormecida chama "poder pessoal" como sombras da força física ou inteligência concreta, o património do mecenas, o dinheiro do milionário, o fanatismo da beleza material, a quantidade de diplomas, tatuagens ou lobbies.

                        Mas o poder pessoal que é a primeira portagem. O que antecede, e sucede, a consciência. O poder de criar. O poder de amar. O poder de servir. Urge ir além das grandes águas, essas que nos mantêm submersos e aquém do nosso próprio poder, do nosso próprio e eterno sol interno.

    quinta-feira, 28 de julho de 2011

    Beleza Roubada - Bernardo Bertolucci


    A foto é de Lucy, personagem interpretada por Liv Tyler em um dos melhores filmes do Bernardo Bertolucci, digo, na minha opnião. Esse filme tem uma fotografia belíssima, traz a Itália, massas, ervas e flores do campo, amores e mistérios. Em um cenário permeado por sentimentos como descobertas, frustrações, alegrias e amadurecimento. Recordo demais minha adolescência, justamente por coincidência quando descobri e me fissurei nesse filme. Além da fotografia, ele traz delicadeza, sensibilidade, uma trilha sonora maravilhosa, diálogos e relacionamentos que são pura poesia. 

    Nesta cena, a personagem escreve trechos soltos como que numa tentativa de se conhecer através deles, ou como Simone de Beauvoir traduz: universaliza-os. Me identifiquei bastante e indico. 

    “Nos períodos difíceis de minha vida, rabiscar frases - ainda que nunca venham a ser lidas por ninguém - me traz o mesmo reconforto que a reza para quem tem fé: através da linguagem ultrapasso meu caso particular, comungo com toda a humanidade.

    Toda dor dilacera; mas o que mas o que a torna intolerável é que quem a sente tem a impressão de estar separado do resto do mundo; partilhada, ela ao menos deixa de ser um exílio. Não é por deleite, por exibicionismo, por provocação que muitas vezes os escritores relatam experiências terríveis ou desoladoras: por intermédio das palavras, eles as universalizam e permitem que os leitores conheçam, em seus sofrimentos individuais, os consolos da fraternidade. Em minha opinião, essa é uma das funções essenciais da literatura, e o que a torna insubstituível: superar a solidão que é comum a todos nós e que, no entanto, faz com que nos tornemos estranhos uns aos outros.”
     Simone Beauvoir.




    quarta-feira, 27 de julho de 2011

    "Muda! Que quando a gente muda o mundo muda com a gente.
    A gente muda o mundo na mudança da mente.
    E quando a mente muda, a gente anda pra frente!
    E quando a gente manda, ninguém manda na gente

    Na mudança de atitude não há mal que não se mude,
    nem doença sem cura.

    Na mudança de postura a gente fica mais seguro.
    Na mudança do presente a gente molda o futuro"

    quinta-feira, 21 de julho de 2011

    Aquarela




    Essa é a história de Karina e de muitos outros brasileirinhos, africaninhos, italianinhos...que não tem o direito e o prazer de voar para bem longe...através dos livros, através de carinho, atenção... Adoro esse vídeo da Fundação Telefônica. O que seria da gente se nao fossem nossos caderninhos, a tia da escola, o convívio com outros, desbravando conteúdos desconhecidos...e isso é tão importante quanto o afeto! Assisti à um trecho do Globo Réporter terça, tirando o sensacionalismo da emissora e a invasão desnecessária de certas cenas. A intenção da matéria foi muito boa, sobre a depedência química de crianças abandonadas na rua.

    quarta-feira, 20 de julho de 2011

    "..Quero a Guanabara, quero o Rio Nilo
    Quero tudo ter, estrela, flor, estilo
    Tua língua em meu mamilo água e sal
    Nada tenho vez em quando tudo
    Tudo quero mais ou menos quanto
    Vida vida, noves fora, zero
    Quero viver, quero ouvir, quero ver
    Se é assim quero sim, acho que vim pra te ver..."

    Sobre o meu "estar no mundo"...

    O mundo não é aquilo que eu penso, mas aquilo que vivo. E eis o paradoxo porque quanto mais vivo mas penso que conheco o mundo e mais vejo que dele realmente nada sei. E se eu souber de mim?! (e se..) o que faço com isso? A verdade não habita o homem interior, aliás, não há esse homem interior, o homem está no mundo e é no mundo que ele se conhece. O que faço é saber que nada poderei fazer, a não ser persistir a me compreender, como um ser em situação, ligada ao mundo. Será? De fato sinto, que fica mais claro dessa forma, uma vez que se ao invés de nos preocuparmos em contemplar um universo estático de essências eternas, nós poderíamos nos compreender bem mais, ao analisar o dinamismo do espírito que dá aos objetos do mundo seu sentido. E tem mais! Ressalto: esta análise ainda diferencia-se em cada indivíduo. Ou como diria Raulzito: "Cada homem e cada mulher é uma estrela". Somos cheios de signos e siginificados individuais e conjuntos. Então o jeito é: vivenciar cada momento, vivê-los, compreendê-los como um todo, sem verdades, sem conceitos, sem os nossos "à priori".

    À priori: do Latim; o que precede à experiência. Mais especificamente, a expressão costuma designar o conhecimento proposicional que pode ser adquirido antes ou independentemente da experiência, isto é, das informações recebidas através da percepção.