segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Paraísos Artificiais
Baudelaire, chamou-as de paraísos artificiais, as satisfações momentâneas que os homens buscavam para fugir da mediocridade existencial a que a grande maioria estava condenada, mesmo que o despertar daquele fugaz momento "edênico" tivesse horríveis conseqüências. Foi um dos primeiros poetas a escrever ensaios sobre as sensações de uso de entorpecentes.
O que interessa observar é a insinuação de Baudelaire de que a busca pelas drogas atende a uma real compulsão humana em querer atingir algum tipo de éden, ou nirvana, eu diria um alívio imediato, como diz Humberto Gessinger, ainda que seja pela via farmacêutica e cobre um grande desalento. A falsa gratificação psicológica que a religião provoca estaria sendo substituída pelos efeitos deletérios das drogas. A isto soma-se uma visão, tipicamente moderna, de um mundo materialista e não-transcendente que se ofusca em uma idéia de Deus...
Com Engenheiros do hawaí de trilha sonora...
O melhor esconderijo, a maior escuridão
Já não servem de abrigo, já não dão proteção
A Líbia é bombardeada, a libido e o vírus
O poder, o pudor, os lábios e o batom
Que a chuva caia
Como uma luva
Um diluvio
Um delírio
Que a chuva traga
Alivio imediato
Que a noite caia
De repente caia
Tão demente
Quanto um raio
Que a noite traga
Alivio imediato
Há espaço pra todos, há um imenso vazio
Nesse espelho quebrado por alguém que partiu
A noite cai de alturas impossíveis
E quebra o silencio e parte o coração
Há um muro de concreto entre nossos lábios
Há um muro de Berlim dentro de mim
Tudo se divide, todos se separam
Duas Alemanhas, duas Coreias
Tudo se divide, todos se separam
Que a chuva caia
Como uma luva
Um diluvio
Um delírio
Que a chuva traga
Alivio imediato
Que a noite caia
De repente caia
Tão demente
Quanto um raio
Que a noite traga
Alivio imediato...
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