A foto é de Lucy, personagem interpretada por Liv Tyler em um dos melhores filmes do Bernardo Bertolucci, digo, na minha opnião. Esse filme tem uma fotografia belíssima, traz a Itália, massas, ervas e flores do campo, amores e mistérios. Em um cenário permeado por sentimentos como descobertas, frustrações, alegrias e amadurecimento. Recordo demais minha adolescência, justamente por coincidência quando descobri e me fissurei nesse filme. Além da fotografia, ele traz delicadeza, sensibilidade, uma trilha sonora maravilhosa, diálogos e relacionamentos que são pura poesia.
Nesta cena, a personagem escreve trechos soltos como que numa tentativa de se conhecer através deles, ou como Simone de Beauvoir traduz: universaliza-os. Me identifiquei bastante e indico.
“Nos períodos difíceis de minha vida, rabiscar frases - ainda que nunca venham a ser lidas por ninguém - me traz o mesmo reconforto que a reza para quem tem fé: através da linguagem ultrapasso meu caso particular, comungo com toda a humanidade.
Toda dor dilacera; mas o que mas o que a torna intolerável é que quem a sente tem a impressão de estar separado do resto do mundo; partilhada, ela ao menos deixa de ser um exílio. Não é por deleite, por exibicionismo, por provocação que muitas vezes os escritores relatam experiências terríveis ou desoladoras: por intermédio das palavras, eles as universalizam e permitem que os leitores conheçam, em seus sofrimentos individuais, os consolos da fraternidade. Em minha opinião, essa é uma das funções essenciais da literatura, e o que a torna insubstituível: superar a solidão que é comum a todos nós e que, no entanto, faz com que nos tornemos estranhos uns aos outros.” Simone Beauvoir.
Toda dor dilacera; mas o que mas o que a torna intolerável é que quem a sente tem a impressão de estar separado do resto do mundo; partilhada, ela ao menos deixa de ser um exílio. Não é por deleite, por exibicionismo, por provocação que muitas vezes os escritores relatam experiências terríveis ou desoladoras: por intermédio das palavras, eles as universalizam e permitem que os leitores conheçam, em seus sofrimentos individuais, os consolos da fraternidade. Em minha opinião, essa é uma das funções essenciais da literatura, e o que a torna insubstituível: superar a solidão que é comum a todos nós e que, no entanto, faz com que nos tornemos estranhos uns aos outros.” Simone Beauvoir.
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