domingo, 18 de março de 2012

Compartilhando artigos.

Destaques de textos lidos para provas e vontade de compartilhá-los aqui. Este é um trecho do artigo: Refletindo sobre desemprego e agravos à saude mental, de Letícia Ribeiro e Janine Kieling, Universidade Rio dos Sinos.

"...Cabe destacar, com muita relevância, a importância e a centralidade do trabalho na vida dos sujeitos e como elas repercutem no fenômeno do desemprego.

Ao contrário de certos modismos teóricos contemporâneos, defendemos a centralidade do trabalho para o homem, mesmo nas suas formas mais entranhadas. Em outras palavras, não vemos como pensar o homem desconsiderando essa categoria e muito menos como pensar as conseqüências do esemprego desconsiderando o fato de que o trabalho foi e permanece central para o ser humano. Assim, as reações do desempregado à sua condição não são fruto apenas das perdas materiais que sofreu, mas, sim, da impossibilidade de expressar-se, desenvolver-se e deixar sua marca no mundo.

O trabalho constituiu-se para o homem como um verdadeiro sentido de vida, sendo que, em muitas situações, ele passa a maior parte de seu tempo trabalhando, mais do que vivenciando situações fora do espaço de trabalho. É pertinente enfatizar aqui a definição:“ O trabalho é rico de sentido individual e social. É o meio de produção da vida de cada um, criando sentidos existenciais ou contribuindo na estruturação da personalidade e da identidade”.

Vasconcelos e Oliveira, referem que uma grande parte dos trabalhadores tem no trabalho o único elo social fora do convívio familiar. Nessa perspectiva, mostra- se essencial refletir sobre a situação do trabalhador que encontra-se fora do meio de trabalho, o que pode trazer conseqüências para sua saúde mental, uma vez que o trabalho representa algo tão significativo na vida dos seres humanos e no reconhecimento social. Enfatizam ainda que o trabalho, ao produzir no homem um sentido de inclusão social, revela quanto a sociedade dá importância àquele que está produzindo, destacando aquele indivíduo que tem vínculo empregatício, salário fixo e estabilidade, por mais que haja uma forte tendência para a economia e para o trabalho informal. Porém, o fato de não estar trabalhando, leva o homem a enfrentar um processo de desvalorização social.

O trabalho passa, dessa forma, a ser uma maneira de estar incluído e locado na sociedade. Resssalta essa questão: Sim, o trabalho passa a ser a via de acesso para o lugar social, pois o sujeito só tem o reconhecimento de sua existência, caso produza. Entretanto, quando já não é mais produtivo a sua locação deixa de existir, pois não tem mais como pagar o aluguel social.

Além da importância social, o trabalho é representado na vida do sujeito como fonte de subjetivação. No mesmo âmbito, enfatiza-se o trabalho como objeto de desejos e de aspirações dos homens, inscrevendo o ser humano nas relações com seus semelhantes e o seu autoconceito..."

Muito bom o artigo, da disciplina de Trabalho na Contemporaneidade.

"Um homem se humilha
Se castram seu sonho
Seu sonho é sua vida
E a vida é trabalho
E sem o seu trabalho
Um homem não tem honra
E sem a sua honra
Se morre, se mata

Não dá pra ser feliz
Não dá pra ser feliz"

* Fagner

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