Se tem coisa que eu mais gosto é acordar e conseguir relembrar meus sonhos. Quer dizer, vou reformular a frase...Algumas vezes me sinto bem em recordar alguns sonhos e principalmente pesadelos da madrugada. Pois se viraram pesadelos, segundo querido Tio Sigmund, se convertem em pesadelos conteúdos reprimidos por nosso intelecto casualmente, ótimo! então vamos lá limpar chaminé...fumaça muito preta as vezes sai dessa cabecinha...Dai sonhei em meio a um circo, aqueles cirquinhos de bairros, aqueles que são só a lona, a areia e algum animalzinho adestrado para chamar a atenção, palhaços nao aparecem nos meus pesadelos...foda, reprimi total esses monstrinhos da infância. Dai eu aparecia nesse circo rodeada de crianças, era muita criança e era muita gargalhada de doer a barriga, mas ai vieram tanques de guerra removendo o circo e a correria e a angustia se instalou, ao mesmo tempo em que eu nao tinha braços suficientes para abrigar todos as crianças, ou seja, meus medos. Faltava braços e fôlego para abracá-los, diante a devastação deles, meus medinhos e castrações, quem sabe. Dai acordei nesse lance da psicanálise e lembrei de uma aula do Prof. Osterne de Psicanálise II onde ele falava sobre uma carta que Freud escrevia à Einstein com algumas sugestões e métodos indiretos de se acabar com a guerra. O cara é ousado! Mecher com agressividade inata do ser humano não com qualquer um, só Freud mesmo, apesar de minha formação Rogeriana, admiração é o que não falta pelo percursor de tudo. Freud denomina como métodos indiretos para acabar com a guerra. E a carta fala mais ou menos que se o desejo de aderir a guerra é um efeito do instinto destrutivo, a recomendação mais evidente será contrapor-lhe o seu antagonista: Eros!
Tudo o que favorece o estreitamento dos vínculos emocionais entre os homens deve atuar contra a guerra. Esses vínculos podem ser de dois tipos. Em primeiro lugar, podem ser relações semelhantes àquelas relativas a um objeto amado, embora não tenham uma finalidade sexual. O segundo vínculo emocional é o que utiliza a identificação. Tudo o que leva os homens a compartilhar de interesses importantes produz essa comunhão de sentimento, essas identificações. E a estrutura da sociedade se baseia nelas, em grande escala. Ou deveria se. A outra sugestão refere-se a educação dos líderes, no sentido de se evitar o abuso de poder cometido, geralmente, pelas autoridades. Pois, segundo ele, uma vez que, os homens tendem a se classificar em líderes e seguidores, faz-se necessário uma melhor atenção à educação daqueles que não se deixam intimidar e têm por objetivo a busca da verdade e o comando das massas submissas. Isso é Freud. Que sacada....
Continuando, diz ele, "é desnecessário dizer que as usurpações cometidas pelo poder executivo do Estado e a proibição estabelecida pela igreja contra a liberdade de pensamento não são nada favoráveis à formação de uma classe desse tipo. A situação ideal, naturalmente, seria a comunidade humana que tivesse subordinado sua vida instintual ao domínio da razão". Enfatiza o fortalecimento do intelecto no comando da vida pulsional e a internalização dos impulsos agressivos, com todos os riscos que possa acarretar, como sendo as características psicológicas mais importantes da civilização.
Finalmente, Freud conclui sua carta a Einstein, com a seguinte afirmativa: "Mas uma coisa podemos dizer: tudo o que estimula o crescimento da civilização trabalha simultaneamente contra a guerra."
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