segunda-feira, 30 de julho de 2012
mais pesada que o ar...
Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me adaptar, mas para transformá-lo; se não é possível mudá-lo sem um certo sonho ou projeto de mundo, devo usar toda possibilidade que tenha para não apenas falar de minha utopia, mas participar de práticas com ela coerentes.
Falando de narcisismo...
Já ouviu dizer: "tem gente que perde o amigo mas não perde a piada?"
Poisé, tem gente que perde a namorada, mas não perde a flertada...ou coisas piores.
Hoje assisti o Cilada.com. filme de 2011 que traz como personagens principais: Bruno Mazzeo e Fernanda Paes Leme. A princípio o que eu achei bacana e esperto no roteiro foram os nomes dos personagens serem os mesmos nomes dos atores, acredito que isso traga um ar de familiaridade, nos deixando mais próximos do filme, remete a algo como sendo de fato "a cara deles". O filme inicia com uma cena de traição do Bruno e aqui vai minha primeira crítica, o pior é que eu já esperava que o final fosse aquela cena melodramática de reconciliação, e foi! Mas no decorrer do filme, juro que algumas cenas e algumas falas me geraram reflexões e risadas bacanas. O filme foi meio que um dejavú de outras obras cinematográficas e músicas, tem uma parte do filme que retrata igualmente a música famosa da agenda telefônica do Gabriel O Pensador. E o que eu achei também ponto fraco do filme foi que o roteiro se prendeu ao fato de Bruno passar o filme inteiro tentando se vingar da namorada e limpar "seu filme" depois de um video postado no youtube por ela após ter sido traída, onde Bruno faz uma "rapidinha" digamos uma efêmera peformance na cama e a partir dai vira toda a trama do filme. Sabe aquela síndrome Sartre " O inferno são os outros"...não há nada errado comigo! Mas o filme traz muita, muita cena engraçada, principalmente com a participação do Sergio Loroza com o apelido de Marconha. Bom este personagem apesar das viagens proporcionadas pela erva, faz filmes caseiros e se diz cineasta. Uma cena que achei interessante é quando ele mostra um video produzido chamado Descontrução, remetendo a obra de Chico Buarque em Construção e ele faz uma analogia com Bruno dizendo que o trabalho dele será de fazer uma Reconstrução. E o filme segue nessa confusão do Bruno de tentar Reconstruir algo que nem ele sabe ao certo o que é, vezes sua performance sexual, vezes sua namorada, ou tudo ao mesmo tempo, como fez no inicio do filme com a traição. Outro ponto interessante do filme é que Fernanda esperava um dia ouvir de Bruno a simples frase que toda pessoa gosta de ouvir: EU TE AMO. Mas o narcisismo de Bruno, mas uma vez fala mais alto, ele não consegue dizer isto para a Fernanda. O que me fez pensar: poxa será que vou assistir o filme inteiro pra no final quando ele se der conta que a perdeu, enfim dizer: Eu te amo! E ela se debulhar em lágrimas emocionada com a declaração do "mocinho"? Enfim esse foi meu maior descontentamento. Mas como eu disse o filme traz cenas fofas, como a cena dentro da barraca no acampamento:
Se não fosse mais uma vez presente o alto teor de narcisismo do roteirista próprio Bruno Mazzeo onde no final da cena ele mata um mosquito com um tapa no rosto de sua namorada e aí anos depois é que em meio à essas lembranças ele percebe que ela realmente o amava, diante de tanto desmazelo do rapaz. Alias o Bruno, Mazzeo e o personagem, em vários momentos toma conta das cenas, outra cena que tinha tudo para ser fofa é quando à sós no cinema ela dá indiretas que entre ver filme de violência e sangue, preferia fazer sexo com ele, a cena é fofa, ele vira, se abraçam e vai tudo lindo quando focam as luzes no rosto do personagem do "herói da trama": Bruno. A vida de Bruno muda derepente e tudo tende a fracassar. As mulheres que aparecem depois, é engraçado mas percebi que todas tem um "quê" de vilãs para o "herói", mulher que tem mal hálito, uma com pênis e outra que é iletrada. Mas do jeito que ia o desmazelo do garoto, aposto que se nao fosse o mal hálito da personagem da Carol Castro ele não teria a dispensado também. A parte final do filme trouxe fotografias belíssiiiiimas, embora bem nova yorkinas, com aquelas festas no terraço do apartamento, ia tudo perfeito com a música do Lobão, se a mocinha não tivesse se debulhado em lagrimas com a declaração tardia do mocinho. Afinal não sou a favor da frase: Antes tarde do que nunca. Acredito que desistir não é sinônimo de perder, mas as vezes se ganha muito mais desistindo de algo do que perdendo outras coisas na tentativa de mantê-lo. Nem toda história para ter sido bonita precisa de um final feliz.
Segue a música do Lobão e clipe do filme:
domingo, 29 de julho de 2012
quinta-feira, 26 de julho de 2012
Força que nunca seca
"...Mais do que o corpo dita
O que faz e equilíbrio cego
A lata não mostra
O corpo que entorta
Pra lata ficar reta
Pra cada braço uma força
De força não geme uma nota
A lata só cerca, não leva
A água na estrada morta
E a força nunca seca
Pra água que é tão pouca...."
Esboços e esforços de Freud contra a guerra.
Se tem coisa que eu mais gosto é acordar e conseguir relembrar meus sonhos. Quer dizer, vou reformular a frase...Algumas vezes me sinto bem em recordar alguns sonhos e principalmente pesadelos da madrugada. Pois se viraram pesadelos, segundo querido Tio Sigmund, se convertem em pesadelos conteúdos reprimidos por nosso intelecto casualmente, ótimo! então vamos lá limpar chaminé...fumaça muito preta as vezes sai dessa cabecinha...Dai sonhei em meio a um circo, aqueles cirquinhos de bairros, aqueles que são só a lona, a areia e algum animalzinho adestrado para chamar a atenção, palhaços nao aparecem nos meus pesadelos...foda, reprimi total esses monstrinhos da infância. Dai eu aparecia nesse circo rodeada de crianças, era muita criança e era muita gargalhada de doer a barriga, mas ai vieram tanques de guerra removendo o circo e a correria e a angustia se instalou, ao mesmo tempo em que eu nao tinha braços suficientes para abrigar todos as crianças, ou seja, meus medos. Faltava braços e fôlego para abracá-los, diante a devastação deles, meus medinhos e castrações, quem sabe. Dai acordei nesse lance da psicanálise e lembrei de uma aula do Prof. Osterne de Psicanálise II onde ele falava sobre uma carta que Freud escrevia à Einstein com algumas sugestões e métodos indiretos de se acabar com a guerra. O cara é ousado! Mecher com agressividade inata do ser humano não com qualquer um, só Freud mesmo, apesar de minha formação Rogeriana, admiração é o que não falta pelo percursor de tudo. Freud denomina como métodos indiretos para acabar com a guerra. E a carta fala mais ou menos que se o desejo de aderir a guerra é um efeito do instinto destrutivo, a recomendação mais evidente será contrapor-lhe o seu antagonista: Eros!
Tudo o que favorece o estreitamento dos vínculos emocionais entre os homens deve atuar contra a guerra. Esses vínculos podem ser de dois tipos. Em primeiro lugar, podem ser relações semelhantes àquelas relativas a um objeto amado, embora não tenham uma finalidade sexual. O segundo vínculo emocional é o que utiliza a identificação. Tudo o que leva os homens a compartilhar de interesses importantes produz essa comunhão de sentimento, essas identificações. E a estrutura da sociedade se baseia nelas, em grande escala. Ou deveria se. A outra sugestão refere-se a educação dos líderes, no sentido de se evitar o abuso de poder cometido, geralmente, pelas autoridades. Pois, segundo ele, uma vez que, os homens tendem a se classificar em líderes e seguidores, faz-se necessário uma melhor atenção à educação daqueles que não se deixam intimidar e têm por objetivo a busca da verdade e o comando das massas submissas. Isso é Freud. Que sacada....
Continuando, diz ele, "é desnecessário dizer que as usurpações cometidas pelo poder executivo do Estado e a proibição estabelecida pela igreja contra a liberdade de pensamento não são nada favoráveis à formação de uma classe desse tipo. A situação ideal, naturalmente, seria a comunidade humana que tivesse subordinado sua vida instintual ao domínio da razão". Enfatiza o fortalecimento do intelecto no comando da vida pulsional e a internalização dos impulsos agressivos, com todos os riscos que possa acarretar, como sendo as características psicológicas mais importantes da civilização.
Finalmente, Freud conclui sua carta a Einstein, com a seguinte afirmativa: "Mas uma coisa podemos dizer: tudo o que estimula o crescimento da civilização trabalha simultaneamente contra a guerra."
quarta-feira, 18 de julho de 2012
Ontem 17 de Julho foi comemorado o aniversário de Joaquim Salvador Lavado " Quino " pai da personagem Mafalda de Quino, musa inspiradora de minha infância e pré-adolescência. :)
Mafalda podia ser uma menina de seis anos, que da sua boca, dos balões que Quino preenchia, saíam comentários mordazes e pertinentes sobre a ordem do mundo, a luta de classes, o capitalismo e o comunismo, mas também, de forma mais sutil, sobre a situação política e social da Argentina.
Era ela a contestadora e insatisfeita heroína das minhas subjetividades, uma heroína zangada que recusa o mundo tal como ele é. A par da atitude de um adulto mas com o desarmante discurso de uma criança, Mafalda tinha essa mesma condição de menina, que detestava sopa, adorava os Beatles, não compreendia a guerra no Vietnam e tinha monólogos preocupados em frente a um globo terrestre.
Parabéns Quino!

terça-feira, 17 de julho de 2012
"- Eu só queria um café "
Pra que treinar uma série inteira se a gente não sabe o que o outro vai jogar.
sábado, 14 de julho de 2012
People are strange
People are strange, when you're a stranger
Faces look ugly when you're alone
Women seem wicked, when you're unwanted
Streets are uneven, when you're down
When you're strange, faces come out of the rain
When you're strange, no one remembers your name
When you're strange, when you're strange, when you're strange
People are strange, when you're a stranger
Faces look ugly when you're alone
Women seem wicked, when you're unwanted
Streets are uneven, when you're down
When you're strange, faces come out of the rain
When you're strange, no one remembers your name
When you're strange, when you're strange, when you're strange
People are strange, when you're a stranger
Faces look ugly when you're alone
Women seem wicked, when you're unwanted
Streets are uneven, when you're down
When you're strange, faces come out of the rain
When you're strange, no one remembers your name
When you're strange, when you're strange, when you're strange
segunda-feira, 9 de julho de 2012
Sutilezas cotidianas
Lá vem ele com a sua montanhazinha colorida de doce...
Quando questionado pelo papai dele, solta a pérola:
- Mas Bruna, dizem que quanto mais colorida a comida mais saudável ela é, né?!
By Pedro
E ainda pede para arte de açúcar ser resgistrada... :)
quinta-feira, 5 de julho de 2012
A cura gay
Em 1980, a homossexualidade sumiu do "Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais". Em 1990, ela foi retirada da lista de doenças da Organização Mundial da Saúde.
Médicos, psiquiatras e psicólogos não podem oferecer uma cura para uma condição que, em suas disciplinas, não é uma doença, nem um distúrbio, nem um transtorno. Isso foi lembrado por Humberto Verona, presidente do Conselho Federal de Psicologia, numa entrevista à Folha de 29 de junho.
No entanto, o deputado João Campos (PSDB-GO), da bancada evangélica, pede que, por decreto legislativo, os psicólogos sejam autorizados a "curar" os homossexuais que desejem se livrar de sua homossexualidade.
Um pressuposto desse pedido é a ideia de que os psicólogos saberiam como mudar a orientação sexual de alguém (transformá-lo de hétero em homossexual e vice-versa), mas seriam impedidos de exercer essa arte --por razões ideológicas, morais, politicamente corretas etc.
Ora, no estado atual de suas disciplinas, mesmo se eles quisessem, psicólogos e psiquiatras não saberiam modificar a orientação sexual de alguém --tampouco, aliás, eles saberiam modificar a "fantasia sexual" de alguém (ou seja, o cenário, consciente ou inconsciente, com o qual ele alimenta seu desejo).
Claro, ao longo de uma terapia, alguém pode conseguir conviver melhor com seu próprio desejo, mas sem mudar fundamentalmente sua orientação e sua fantasia.
Por via química ou cirúrgica (administração de hormônios ou castração real --todos os horrores já foram tentados), consegue-se diminuir o interesse de alguém na vida sexual em geral, mas não afastá-lo de sua orientação ou de sua fantasia, que permanecem as mesmas, embora impedidas de serem atuadas. A terapia pela palavra (psicodinâmica ou comportamental que seja) tampouco permite mudar radicalmente a orientação ou a fantasia de alguém.
O que acontece, perguntará João Campos, nos casos de homossexualidade com a qual o próprio indivíduo não concorda? Posso ser homossexual e não querer isso para mim: será que ninguém me ajudará?
Sim, é possível curar o sofrimento de quem discorda de sua própria sexualidade (é a dita egodistonia), mas o alívio é no sentido de permitir que o indivíduo aceite sua sexualidade e pare de se condenar e de tentar se reprimir além da conta.
Por exemplo, se eu não concordo com minha homossexualidade (porque ela faz a infelicidade de meus pais, porque sou discriminado por causa dela, porque sou evangélico ou católico), não posso mudar minha orientação para aliviar meu sofrimento, mas posso, isso sim, mudar o ambiente no qual eu vivo e as ideias, conscientes ou inconscientes, que me levam a não admitir minha orientação sexual.
Campos preferiria outro caminho: o terapeuta deveria fortalecer as ideias que, de dentro do paciente, opõem-se à homossexualidade dele. Mas o desejo sexual humano é teimoso: uma psicoterapia que vise reforçar os argumentos (internos ou externos) pelos quais o indivíduo se opõe à sua própria fantasia ou orientação não consegue mudança alguma, mas apenas acirra a contradição da qual o indivíduo sofre. Conclusão, o paciente acaba vivendo na culpa de estar se traindo sempre --traindo quer seja seu desejo, quer seja os princípios em nome dos quais ele queria e não consegue reprimir seu desejo.
Isso vale também e especialmente em casos extremos, em que é absolutamente necessário que o indivíduo controle seu desejo. Se eu fosse terapeuta no Irã, para ajudar meus pacientes homossexuais a evitar a forca, eu não os encorajaria a reprimir seu desejo (que sempre explodiria na hora e do jeito mais perigosos), mas tentaria levá-los, ao contrário, a aceitar seu desejo, primeiro passo para eles conseguirem vivê-lo às escondidas.
O mesmo vale para os indivíduos que são animados por fantasias que a nossa lei reprova e pune. Prometer-lhes uma mudança de fantasia só significa expô-los (e expor a comunidade) a suas recidivas incontroláveis. Levá-los a reconhecer a fantasia da qual eles não têm como se desfazer é o jeito para que eles consigam, eventualmente, controlar seus atos.
Agora, não entendo por que João Campos precisa recorrer à psicologia ou à psiquiatria para prometer sua "cura" da homossexualidade. Ele poderia criar e nomear seus especialistas; que tal "psicopompos"? Ou, então, não é melhor mesmo "exorcistas"?
Contardo Calligaris
Jornal O POVO. Toda Quinta-Feira.
Médicos, psiquiatras e psicólogos não podem oferecer uma cura para uma condição que, em suas disciplinas, não é uma doença, nem um distúrbio, nem um transtorno. Isso foi lembrado por Humberto Verona, presidente do Conselho Federal de Psicologia, numa entrevista à Folha de 29 de junho.
No entanto, o deputado João Campos (PSDB-GO), da bancada evangélica, pede que, por decreto legislativo, os psicólogos sejam autorizados a "curar" os homossexuais que desejem se livrar de sua homossexualidade.
Um pressuposto desse pedido é a ideia de que os psicólogos saberiam como mudar a orientação sexual de alguém (transformá-lo de hétero em homossexual e vice-versa), mas seriam impedidos de exercer essa arte --por razões ideológicas, morais, politicamente corretas etc.
Ora, no estado atual de suas disciplinas, mesmo se eles quisessem, psicólogos e psiquiatras não saberiam modificar a orientação sexual de alguém --tampouco, aliás, eles saberiam modificar a "fantasia sexual" de alguém (ou seja, o cenário, consciente ou inconsciente, com o qual ele alimenta seu desejo).
Claro, ao longo de uma terapia, alguém pode conseguir conviver melhor com seu próprio desejo, mas sem mudar fundamentalmente sua orientação e sua fantasia.
Por via química ou cirúrgica (administração de hormônios ou castração real --todos os horrores já foram tentados), consegue-se diminuir o interesse de alguém na vida sexual em geral, mas não afastá-lo de sua orientação ou de sua fantasia, que permanecem as mesmas, embora impedidas de serem atuadas. A terapia pela palavra (psicodinâmica ou comportamental que seja) tampouco permite mudar radicalmente a orientação ou a fantasia de alguém.
O que acontece, perguntará João Campos, nos casos de homossexualidade com a qual o próprio indivíduo não concorda? Posso ser homossexual e não querer isso para mim: será que ninguém me ajudará?
Sim, é possível curar o sofrimento de quem discorda de sua própria sexualidade (é a dita egodistonia), mas o alívio é no sentido de permitir que o indivíduo aceite sua sexualidade e pare de se condenar e de tentar se reprimir além da conta.
Por exemplo, se eu não concordo com minha homossexualidade (porque ela faz a infelicidade de meus pais, porque sou discriminado por causa dela, porque sou evangélico ou católico), não posso mudar minha orientação para aliviar meu sofrimento, mas posso, isso sim, mudar o ambiente no qual eu vivo e as ideias, conscientes ou inconscientes, que me levam a não admitir minha orientação sexual.
Campos preferiria outro caminho: o terapeuta deveria fortalecer as ideias que, de dentro do paciente, opõem-se à homossexualidade dele. Mas o desejo sexual humano é teimoso: uma psicoterapia que vise reforçar os argumentos (internos ou externos) pelos quais o indivíduo se opõe à sua própria fantasia ou orientação não consegue mudança alguma, mas apenas acirra a contradição da qual o indivíduo sofre. Conclusão, o paciente acaba vivendo na culpa de estar se traindo sempre --traindo quer seja seu desejo, quer seja os princípios em nome dos quais ele queria e não consegue reprimir seu desejo.
Isso vale também e especialmente em casos extremos, em que é absolutamente necessário que o indivíduo controle seu desejo. Se eu fosse terapeuta no Irã, para ajudar meus pacientes homossexuais a evitar a forca, eu não os encorajaria a reprimir seu desejo (que sempre explodiria na hora e do jeito mais perigosos), mas tentaria levá-los, ao contrário, a aceitar seu desejo, primeiro passo para eles conseguirem vivê-lo às escondidas.
O mesmo vale para os indivíduos que são animados por fantasias que a nossa lei reprova e pune. Prometer-lhes uma mudança de fantasia só significa expô-los (e expor a comunidade) a suas recidivas incontroláveis. Levá-los a reconhecer a fantasia da qual eles não têm como se desfazer é o jeito para que eles consigam, eventualmente, controlar seus atos.
Agora, não entendo por que João Campos precisa recorrer à psicologia ou à psiquiatria para prometer sua "cura" da homossexualidade. Ele poderia criar e nomear seus especialistas; que tal "psicopompos"? Ou, então, não é melhor mesmo "exorcistas"?
Contardo Calligaris
Jornal O POVO. Toda Quinta-Feira.
segunda-feira, 2 de julho de 2012
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