quinta-feira, 24 de maio de 2012

O talento educa-se na calma, o caráter no tumulto do cotidiano...

               O primeiro toque do despertador, vulgo "soneca", estava programado para as 6h em ponto. Para que após os 10 minutos de "soneca" ele viesse a tocar novamente. Sempre fui do tipo: dorminhoca. Meu sono é algo que foge dos meus poderes humanos de controlá-lo, pode falar alto, gritar, pode desabar o teto que isso não é problema, a menos que não me esmague. Mas me acordar faltando ainda aqueles 10 minutinhos pro troço eletrônico começar a piar, aí é malvadeza! Lá estava eu nos braços de morfeu quando o trocinho eletrônico começou a tocar vol. máximo "Cosmic Girl do Jamiroquai" toque de mensagem no meu celular. Tudo bem continuei dormindo..Pufu, toca denovo...aí já começei a processar algo tipo

"- droga é mensagem..."

Tudo bem depois eu olho ainda não é o despertador - comandou o cérebro, logo: continuei a dormir. Ai o diabo começa a tocar denovo...e depois denovo. Na 4ª vez, tomada a consciência:

"- droga, é muita mensagem..."

 Acordei! Jingle bell !! Conseguiram! Não fui atras de ler por pena do coitado que tivesse mandado aquele bolo de mensagem, não queria fazê-lo sentir mesmo que de longe a fúria do titã. Deixei, passou, já estava de pé, volto do banho, larari larará e pufu outra mensagem. Vai que era alguém em apuros uma hora daquela, resolvi olhar as mensagens e para minha surpresa se tratava de uma empresa X de plano de saúde que dizia o seguinte:

"- Planos Especiais do (nome da empresa) ligue para ( nº do telefone) e surpreenda-se"
                     Minha reação na hora foi: rir. Pra não chorar de dó do desespero da empresa que manda mensagens na tentativa de vender planos para seus clientes desde as 5h50 da manhã! Tudo bem, lá estava eu naquele santo engarrafamento à caminho do trabalho quando o Chris Martin do Coldplay começa a cantar Viva la vida dentro da minha bolsa, dessa vez alguém ligando, nº inibido e para não ter sido em vão todo o balet clássico que fiz para retirar o celular da bolsa com o carro em movimento (puro ato de imprudência, registro) resolvo atender: ligação errada. Ao devolver o trocinho eletrônico cor de rosa na minha bolsa, o Jamiroquai dispara cantando novamente...e advinhem a surpresa: A empresa X novamente oferecendo os planos especiais e pedindo pra gente ligar e se surpreender.

                  - OK! Listei como primeira coisa a fazer ao chegar na minha sala ligar para a empresa X e avisar o equívoco da empresa...Vai que deu algo errado no sistema da empresa encaminhando as mensagens em horários indevidos, prejudicaria a imagem da empresa e importunaria futuros clientes...enfim...
Quando cheguei a conversa que rolava na recepção era justamente sobre o mal atendimento nos hospitais da cidade, puxaram minha atenção e eu complementei que poderia ser por conta do surto de dengue da cidade, lotação, virose etc. Enquanto caminhava para minha sala, comentei de forma mais reservada com duas amigas o ocorrido das mensagens, perguntei se elas chegaram a receber também e isso foi motivo de muita risada, apostaram que poderia se tratar de um trote e deram conta de acompanharem a ligação.
Liguei e realmente me surpreendi...A pessoa que me atendeu foi tão tanta delicadeza para não dizer o contrário...
- Planos X, xuxa, Bom dia! (pseudônimo)
- Oi xuxa, bom dia! Olha, é que eu estou recebendo desde às 5h50 da manhã bla blá...
- Alô? Xuxa? (xuxa estava a conversa com outra pessoa ao mesmo tempo, juro)
- Opa senhora pode falar, estou ouvindo.
- Sim xuxa, como eu estava te falando, essas mensagens não estão sendo mandadas erradas?
porque 5h50 da manhã ainda tem pessoas dormindo, não é um horário adequado para se vender
planos, concorda?
- Olha senhora, a senhora vai me desculpar, mas eai a senhora vai querer fazer o nosso
plano?
- Xuxa, você não está me entendendo, estou ligando para avisar a vocês que eu e
provavelmente outras pessoas estejam recebendo essa mensagem do Hospital X às 5h50 da
manhã! Você entendeu?
- Sim minha senhora eu ja entendi você quer que eu faça o que?!
(a essa hora eu ainda tinha paciência...)
- Olha moça, faz o seguinte: se vocês acham que não tem nada demais sair mandando mensagens
para as pessoas as 5h50 da manha, ok! Mas me faz então um favor: retira o numero do meu
celular do mailing de vocês.
- Minha senhora é o segguinte eu vou lhe contar um segredo Ok? ( xuxa em tom irônico)
- Não sou eu que mando essas mensagens ok!
(a essa hora minha vasta paciência ainda reinava com um misto de bom humor...)
- Xuxa não se preocupe que guardarei seu segredo. Eu só liguei pq achei que vocês
trabalhassem com algum sistema que encaminhava automaticamente as mensagens e por estar
mandando a esse horário poderia prejudicar a empresa, pois cliente nenhum se faz dessa forma.
E Xuxa para detonar mais ainda o enredo da história solta a pérola:
- Poisé sra, é o meu chefe que manda as mensagens e já que a sra não quer fazer o plano
tenha um bom dia!
- tum tum tum...
sim....xuxa desligou dessa forma.

As pessoas que assistiram a essa ligação lamentaram a postura da atendente. Pois é, não deveria mas acontece também em outras empresas e com isso não se só perde mais um ou vários outros clientes,  talvez até sem saber que existe uma pessoa entitulado pelo cargo de gestor que dispara mensagens pertubadoras as 5h50 da manhã, mas se perde também cada vez a tão esquecida: Gentileza. Mais um vez, ingênua, pensando em ajudar, liguei para outro número que tinha em uma das outras mensagens que recebi e quem atende?! Xuxa novamente!
- Oi xuxa, sou eu novamente.
- Diga!
- Você tem o numero de alguma outra central de vendas do plano, ou da ouvidoria do
plano, ou o seu superior que mandou a mensagem, se encontra ai no momento? ( a essa altura, eu ja
imaginava a pérola que viria...)
- Não, minha filha, ele ainda não chegou (notem que não sou mais senhora, fui rebaixada pra
 filha)
- Ok xuxa, então me dá seu nome completo por gentileza.
- Xuxa Meneghel, quer meu cpf e endereço também? (ah..essa foi clássica..)

Enfim, realmente, como diz a mensagem: ligue e se surpreenda.

Continua...
Às 10h40 da manhã quando saio de uma reuniao, entro na minha sala e lá está o Chris Martin a
cantar em cima da minha mesa...Um número que não reconhece em meus contatos, eu atendo:
- Alô...
- Oi Sra Bruna aqui é a Mara Maravilha do X tudo bem?
(eu confiante da beleza e astucia positiva do ser humano penso: ainda bem, estão
ligando para concertar oS erroS, pedir desculpa, informar que vao retirar meu numero..etc)
- Oi Mara, tudo bem.
- A sra tem interesse em fazer algum plano do x com a gente?
Respira!! rsrs

Agora o toque de mensagem :)


quinta-feira, 17 de maio de 2012

quarta-feira, 16 de maio de 2012

segunda-feira, 14 de maio de 2012

A sessão terminou 18h30 em ponto, mas o poema não sái da minha cabeça...

CAPÍTULO 1


Ando pela rua
Há um buraco fundo na calçada
Eu caio
Estou perdido....sem esperança
Não é culpa minha,
Leva uma eternidade para encontrar a saída.

CAPÍTULO 2


Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Mas finjo não vê-lo.
Não posso acreditar que estou no mesmo lugar.
Mas não é culpa minha.
Ainda assim leva um tempão para sair.


CAPÍTULO 3


Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada
Vejo que ele alí está
Ainda assim eu caio ... é um hábito.
Meus olhos se abrem
Sei onde estou
É minha culpa.
Saio imediatamente.


CAPÍTULO 4

Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada
Dou a volta.


CAPÍTULO 5


Ando por outra rua.
:)

uma das minhas alegrias...


E vence, Fluminense, com o verde da esperança...

quinta-feira, 10 de maio de 2012

O Rei dos Animais


Saiu o leão a fazer sua pesquisa estatística, para verificar se ainda era o Rei das Selvas. Os tempos tinham mudado muito, as condições do progresso alterado a psicologia e os métodos de combate das feras, as relações de respeito entre os animais já não eram as mesmas, de modo que seria bom indagar. Não que restasse ao Leão qualquer dúvida quanto à sua realeza. Mas assegurar-se é uma das constantes do espírito humano, e, por extensão, do espírito animal. Ouvir da boca dos outros a consagração do nosso valor, saber o sabido, quando ele nos é favorável, eis um prazer dos deuses. Assim o Leão encontrou o Macaco e perguntou: "Hei, você aí, macaco - quem é o rei dos animais?" O Macaco, surpreendido pelo rugir indagatório, deu um salto de pavor e, quando respondeu, já estava no mais alto galho da mais alta árvore da floresta: "Claro que é você, Leão, claro que é você!".

Satisfeito, o Leão continuou pela floresta e perguntou ao papagaio: "Currupaco, papagaio. Quem é, segundo seu conceito, o Senhor da Floresta, não é o Leão?" E como aos papagaios não é dado o dom de improvisar, mas apenas o de repetir, lá repetiu o papagaio: "Currupaco... não é o Leão? Não é o Leão? Currupaco, não é o Leão?".

Cheio de si, prosseguiu o Leão pela floresta em busca de novas afirmações de sua personalidade. Encontrou a coruja e perguntou: "Coruja, não sou eu o maioral da mata?" "Sim, és tu", disse a coruja. Mas disse de sábia, não de crente. E lá se foi o Leão, mais firme no passo, mais alto de cabeça. Encontrou o tigre. "Tigre, - disse em voz de estentor -eu sou o rei da floresta. Certo?" O tigre rugiu, hesitou, tentou não responder, mas sentiu o barulho do olhar do Leão fixo em si, e disse, rugindo contrafeito: "Sim". E rugiu ainda mais mal humorado e já arrependido, quando o leão se afastou.

Três quilômetros adiante, numa grande clareira, o Leão encontrou o elefante. Perguntou: "Elefante, quem manda na floresta, quem é Rei, Imperador, Presidente da República, dono e senhor de árvores e de seres, dentro da mata?" O elefante pegou-o pela tromba, deu três voltas com ele pelo ar, atirou-o contra o tronco de uma árvore e desapareceu floresta adentro. O Leão caiu no chão, tonto e ensangüentado, levantou-se lambendo uma das patas, e murmurou: "Que diabo, só porque não sabia a resposta não era preciso ficar tão zangado".

MORAL: CADA UM TIRA DOS ACONTECIMENTOS A CONCLUSÃO QUE BEM ENTENDE.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

" O inferno são os outros - Sartre"

Não se sinta só Mafaldita...

essa é ótima...

Mafalda...


Mas as vezes perdemos muita coisa enquanto esperamos...

Esperar é reconhecer-se incompleto
Você bem que podia ter surgido na minha vida
vinte anos atrás, quando eu ainda tinha planos
quinze anos atrás, quando eu estava me formando
onze anos atrás, quando eu morava sozinha
dez anos atrás, quando eu ainda era solteira
seis anos atrás, quando sobrava alguma força
ontem à noite eu ainda estava te esperando.

domingo, 6 de maio de 2012

Heidegger para finalizar o domingo...

Heidegger divide a existência em três "estruturas existenciais": afetividade, fala e entendimento. São três fenômenos existenciais que caracterizam como as coisas do passado, do presente e do futuro se manifestem para o homem e a unidade desses três fenômenos constitui a estrutura temporal que faz a existência inteligível, compreensível..

1) a afetividade: as coisas do passado chegam ao homem como valores, afetando-lhe os sentimentos, que podem ser públicos, compartilhados, e transmissíveis.
2) a fala: no presente, as coisas se traduzem em palavras da linguagem na articulação dos seus significados
3) o entendimento: as coisas do futuro, onde o projeto que define o homem encontrará a morte, são as coisas não garantidas, que lhe são devolvidas para gerar nele o sentimento de que não está em casa neste mundo, mesmo estando entre as coisas que lhe são mais familiares.
Portanto, no homem, o ser está relacionado ao tempo e está dado, existe, nestes três fenômenos, nestes três "níveis existenciais". Porém...
A alienação.
O homem está fora das coisas, diz Heidegger em "O ser e o tempo", nunca sendo completamente absorvido por elas, mas não obstante não sendo nada, à parte delas. O homem vive, até o fim, em um mundo no qual ele foi jogado. Sendo algo jogado em meio às coisas, estando-lá, constitui algo à parte mas está no ponto de ser submergido nas coisas. É continuamente um projeto; mas ocasionalmente, ou mesmo normalmente, pode ser submergido nas coisas a tal ponto que é absorvido nelas temporariamente. O homem encobre aqueles condicionantes existenciais, aquilo que ele de fato é, entregando-se a uma rotina de superficialidades "públicas" na vida cotidiana. Não é então ninguém em particular; e uma estrutura que Heidegger chama das Man ("o eles ") é revelada, como uma tendência da alienação de si mesmo que leva o homem à tendência de se conhecer apenas através da comparação que faz de si mesmo com os outros indivíduos seus pares.
A angústia.
Mas uma coisa pode acontecer que desperta o homem dessa alienação, a angústia. Ela resulta da falta de base da existência humana. A "existência" é uma suspensão temporária entre o nascimento e a morte. O projeto de vida do homem tem origem no seu passado (em suas experiências) e continuam para o futuro, o qual o homem não pode controlar e onde esse projeto será sempre incompleto, limitado pela morte que não pode evitar.
A angústia funciona para revelar o ser autêntico, e a liberdade como uma potencialidade. Ela enseja o homem a escolher a si mesmo e governar a si mesmo.
Na angústia, a relevância do tempo, da finitude da existência humana, é experimentada então como uma liberdade para encontrar-se com sua própria morte, um "estar preparado para" e um contínuo "estar relacionado com" sua própria morte. Na angústia, todas as coisas, todas as entidades, em que o homem estava mergulhado se afastam, afundando em um "nada e em nenhum lugar," e o homem então em meio às coisas paira isolado, e em nenhuma parte se acha em casa. Enfrenta o vazio e toda a "rotinidade" desaparece  e isto é bom, uma vez que então encontra a potencialidade de ser de modo autêntico.
Assim, a angustia "sóbria" e a confrontação implicada com morte são para Heidegger primeiramente ferramentas, têm importância metodológica: certos fundamentos são revelados. A ansiedade abre o homem para o ser. Entre as estruturas reveladas estão as potencialidades do homem para ser alegremente ativo (".. conhecer a alegria é uma porta para o eterno"). Isto não quer dizer que o Ser participa do lado negro do desespero, da angústia; o Ser é associado com a " luz " e com " a alegria ". Pensar o ser é chegar ao verdadeiro lar.
Por isso, dos existenciais, Heidegger privilegia o futuro, porque é esta projeção para o advir e o golpe da devolução no embate com a morte que lá está que o leva a pensar e à autoconscientização.
O homem pode então introduzir esse conhecimento existencial no projeto de sua vida, e assim se apropriar da existência fazendo-a efetivamente sua, tornando-se autêntico, não mais um ente sem raízes.  Essa visão existencial do homem, em que ele se conscientiza das estruturas existenciais a que está condicionado e que o tira da superficialidade em que desenvolve seus conflitos tornou-se sedutora para a psiquiatria e psicologia, surgindo ai proeminentes uma escola de terapeutas existencialistas...

Filosofia Contemporânea - Brasília - 2001


Amigo velho
Amei o teu conselho
Amei o teu vermelho
Que é de tanto ardor
Mas quis o verde
Que te quero verde
É bom pra quem vai ter
De ser bom sofredor
Pintei de branco o teu preto
Ficando completo
O jogo da cor
Virei-lhe o listrado do peito
E nasceu desse jeito
Uma outra tricolor...

**música que Chico fez  ao nascimento de sua filha.

Num retrato-falado eu fichado
exposto em diagnósticos.
Especialistas analisam e sentenciam:
Oh, não!


Deixa ser como será.
Tudo posto em seu lugar.
Então tentar prever serviu pra eu me enganar.