terça-feira, 30 de outubro de 2012

A minha menina

Ela é minha menina
E eu sou o menino dela
Ela é o meu amor
E eu sou o amor todinho dela

A lua prateada se escondeu
E o sol dourado apareceu
Amanheceu um lindo dia
Cheirando a alegria
Pois eu sonhei
E acordei pensando nela

Pois ela é minha menina
E eu sou o menino dela
Ela é o meu amor
E eu sou o amor todinho dela

A roseira já deu rosas
E a rosa que eu ganhei foi ela
Por ela eu ponho o meu coração
Na frente da razão
E vou dizer pra todo mundo
Como gosto dela

Pois ela é minha menina
E eu sou o menino dela
Ela é o meu amor
E eu sou o amor todinho dela

A lua prateada se escondeu
E o sol dourado apareceu
Amanheceu um lindo dia
Cheirando alegria
Pois eu sonhei
E acordei pensando nela

Pois ela é minha menina
E eu sou o menino dela
Ela é o meu amor
E eu sou o amor todinho dela
Minha menina
Minha menina
 
Minha laranjeira verde, por que está tão prateada?
Foi da lua dessa noite, do sereno da madrugada
Tenho um sorriso bobo, parecido com soluço
Enquanto o caos segue em frente
Com toda a calma do mundo

domingo, 28 de outubro de 2012

dancapromoimage Dançarinas Espirituais   Dança do Ventre

“Um dia, veio à corte do Príncipe de Birkasha, uma dançarina e seus músicos. … e ela foi aceita na corte… ela dançou a música da flauta, da cítara e do alaúde. Ela dançou a dança das chamas e do fogo, a dança das espadas e das lanças; e ela dançou a dança das flores ao vento.

Ao terminar, virou-se para o príncipe e fez uma reverência. Ele então, pediu-lhe que viesse mais perto e perguntou-lhe: ‘Linda mulher, filha da graça e do encantamento, de onde vem tua arte e como é que comandas todos os elementos em seus ritmos e versos?

A dançarina aproximou-se, e curvando-se diante do príncipe disse: Majestade, respostas eu não tenho às vossas perguntas. Somente isso eu sei: a alma do filósofo vive em sua cabeça, a alma do poeta vive em seu coração, a alma do cantor vive em sua garganta, mas a alma da dançarina habita em todo o seu corpo.”
 
Boris, me és tão familiar!! rsrs
 

quinta-feira, 25 de outubro de 2012


Quando não tiver mais nada
Nem chão, nem escada
Escudo ou espada
O seu coração
Acordará!...


Quando estiver com tudo
Lã, cetim, veludo
Espada e escudo
Sua consciência
Adormecerá!...


E acordará no mesmo lugar
Do ar até o arterial
No mesmo lar
No mesmo quintal
Da alma ao corpo material...


Hare Krishna Hare Krishna
Krishna Krishna
Hare Hare
Hare Rama
Hare Rama
Rama Rama
Hare Hare


Quando não se têm mais nada
Não se perde nada
Escudo ou espada
Pode ser o que se for
Livre do temor...


Hare Krishna Hare Krishna
Krishna Krishna
Hare Hare
Hare Rama
Hare Rama
Rama Rama
Hare Hare


Quando se acabou com tudo
Espada e escudo
Forma e conteúdo
Já então agora dá
Para dar amor...


Amor dará e receberá
Do ar, pulmão
Da lágrima, sal
Amor dará e receberá
Da luz, visão
Do tempo espiral...


Amor dará e receberá
Do braço, mão
Da boca, vogal
Amor dará e receberá
Da morte
O seu dia natal...


Adeus Dor...
Hare Krishna Hare Krishna
Krishna Krishna
Hare Hare
Hare Rama
Hare Rama
Rama Rama
Hare Hare

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Felicidade e Alegria

                             Quando eu era criança ou adolescente, pensava que a felicidade só chegaria quando eu fosse adulto, ou seja, autônomo, respeitado e reconhecido pelos outros como dono exclusivo do meu nariz. Contrariando essa minha previsão, alguns adultos me diziam que eu precisava aproveitar bastante minha infância ou adolescência para ser feliz, pois, uma vez chegado à idade adulta, eu constataria que a vida era feita de obrigações, renúncias, decepções e duro labor. Por sorte:
1) meus pais nunca disseram nada disso; eles deixaram a tarefa de articular essas inanidades a amigos, parentes ou pedagogos desavisados;
2) graças a esse silêncio dos meus pais, pude decretar o seguinte: os adultos que afirmavam que a infância era o único tempo feliz da vida deviam ser, fundamentalmente, hipócritas;
3) com isso, evitei uma depressão profunda pois, uma vez que a infância e a adolescência, que eu estava vivendo, não eram paraíso algum (nunca são), qual esperança me sobraria se eu acreditasse que a vida adulta seria fundamentalmente uma decepção? Cheguei à conclusão de que, ao longo da vida, nossa ideia da felicidade muda:
1) quando a gente é criança ou adolescente, a felicidade é algo que será possível no futuro, na idade adulta;
2) quando a gente é adulto, a felicidade é algo que já se foi: a lembrança idealizada (e falsa) da infância e da adolescência como épocas felizes.
                                Em suma, a felicidade é uma quimera que seria sempre própria de uma outra época da vida -que ainda não chegou ou que já passou.No filme de Arnaldo Jabor, "A Suprema Felicidade", que está em cartaz atualmente, o avô (extraordinário Marco Nanini) confia ao neto que a felicidade não existe e acrescenta que, na vida, é possível, no máximo, ser alegre.Claro, concordo com o avô do filme. E há mais: para aproveitar a vida, o que importa é a alegria, muito mais do que a felicidade. Então, o que é a alegria?
                       Ser alegre não significa necessariamente ser brincalhão. Nada contra ter a piada pronta, mas a alegria é muito mais do que isso: ser alegre é gostar de viver mesmo quando as coisas não dão certo ou quando a vida nos castiga. É possível, aliás, ser alegre até na tristeza ou no luto, da mesma forma que, uma vez que somos obrigados a sentar à mesa diante de pratos que não são nossos preferidos ou dos quais não gostamos, é melhor saboreá-los do que tragá-los com pressa e sem mastigar. Melhor, digo, porque a riqueza da experiência compensa seu caráter eventualmente penoso.
Essa alegria, de longe preferível à felicidade, é reconhecível sobretudo no exercício da memória, quando olhamos para trás e narramos nossa vida para quem quiser ouvir ou para nós mesmos. Alguém perguntará: é reconhecível como? Pois é, para quem consegue ser alegre, a lembrança do passado sempre tem um encanto que justifica a vida. Tento explicar melhor.
                           Para que nossa vida se justifique, não é preciso narrar o passado de forma que ele dê sentido à existência. Não é preciso que cada evento da vida prepare o seguinte. Tampouco é preciso que o desfecho final seja sublime (descobri a penicilina, solucionei o problema do Oriente Médio, mereci o Paraíso).Para justificar a vida, bastam as experiências (agradáveis ou não) que a vida nos proporciona, à condição que a gente se autorize a vivê-las plenamente. Ora, nossa alegria encanta o mundo, justamente, porque ela enxerga e nos permite sentir o que há de extraordinário na vida de cada dia, como ela é. É óbvio que não consegui explicar o que são a alegria e o encanto da vida. Talvez eles possam apenas ser mostrados: procure-os em "Amarcord" (1973), de Federico Fellini, em "Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas" (2003), de Tim Burton ou no filme de Jabor. "A Suprema Felicidade" me comoveu por isto, por ter a sabedoria terna de quem vive com alegria e, portanto, no encantamento.
                               Segundo Max Weber (1864-1920), a racionalidade do mundo industrial teria acabado com o encanto do mundo. Ultimamente, bruxos, vampiros, lobisomens, deuses e espíritos andam por aí (e pelas telas de cinema); aparentemente, eles nos ajudam a reencantar o mundo. Ótimo, mas, para reencantar o mundo, não precisamos de intervenções sobrenaturais. Para reencantar o mundo, é suficiente descobrir que o verdadeiro encanto da vida é a vida mesmo.
 

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Cry me a river - Ella Fitzgerald


Falta aqui só um vinho e um friozinho de serra...

Solitude - Billie Holiday


Música triste me deixa feliz. Uma música que fala de solidão por Billie Holiday é como acordar com um prato de ovos fritos e orégano esperando por você, é como assistir ao chaves numa tarde à toa, é comer açaí e mostrar a língua roxa, coisas simples...assim...cheias de sentido, pra mim :)

Solitude: estar só, por opção. Um estado de privação, não associado à sofrimento.
               (...) Eu estava apavorado até a alma. Eu vi as nuas simplicidades da complicada civilização na qual vivia. A vida era uma questão de abrigo e comida. Para conseguir abrigo e comida os homens vendem coisas. O comerciante vende seus sapatos, o político vende seu humanismo e o representante do povo, com exceções, é claro, vende sua credibilidade; enquanto quase todos vendem sua honra. As mulheres também, nas ruas ou na sagrada relação do casamento, estão prontas a vender seus corpos. Todas as coisas são mercadorias, todas as pessoas compradas e vendidas. A primeira coisa que o trabalhador tinha para vender era a força física. A honra do operariado não tinha preço no mercado. O operariado tinha músculos e somente músculos para vender.
                       Mas havia uma diferença, uma diferença vital. Sapatos, credibilidade e honra têm maneiras de renovar a si mesmos. Eram estoques imperecíveis. Os músculos, de outra parte, não se renovavam. Quando um comerciante vende seus sapatos, continuamente repõe o estoque. Mas não há como repor o estoque de energia do trabalhador. Quanto mais ele vende sua força, menos sobra para ele. A força física é sua única mercadoria, e a cada dia seu estoque diminui. No fim, se não morrer antes, ele vendeu tudo e fechou as portas. Está arruinado fisicamente e nada lhe restou senão descer aos porões da sociedade e morrer miseravelmente.
                         Eu aprendi, além disso, que o cérebro era da mesma forma uma mercadoria. Ele também era diferente dos músculos. Um vendedor do cérebro está apenas no começo quando tem cinqüenta ou sessenta anos e seus produtos estão atingindo preços mais altos do que nunca. Mas um operário está esgotado e alquebrado com quarenta e cinco ou cinqüenta anos. Eu tinha estado nos porões da sociedade e não gostava do lugar como morada. Os canos e bueiros eram insanos, e o ar ruim para respirar. Se eu não podia morar no andar de luxo da sociedade, podia pelo menos, tentar o sótão. Ele existia, a dieta lá era escassa, mas o ar pelo menos era puro. Assim, resolvi não vender mais meus músculos e me tomar um vendedor de cérebro.
                        Começou então uma frenética perseguição ao conhecimento. Voltei para a Califórnia e mergulhei nos livros. Enquanto me preparava para ser um mercador da inteligência, era inevitável que deveria me aprofundar em Sociologia. Lá, eu descobri, num certo tipo de livros, formulados cientificamente, os conceitos sociológicos simples que eu tinha tentado descobrir por mim mesmo.
Outras grandes mentes, antes que eu tivesse nascido, tinham elaborado tudo que eu havia pensado e muitas coisas mais. Eu descobri que era um socialista.
                        Os socialistas eram revolucionários, porque lutavam para derrubar a sociedade do presente e tirar dela o material para construir a sociedade do futuro. Eu, também, era um socialista e revolucionário. Liguei-me a grupos de trabalhadores e intelectuais revolucionários, e pela primeira vez entrei na vida intelectual. Aí descobri mentes aguçadas e cabeças brilhantes. Por aqui encontrei cérebros fortes e atentos, além de trabalhadores calejados; pregadores de mente muito aberta em seu Cristianismo para pertencer a qualquer congregação de adoradores do dinheiro; professores torturados na roda da subserviência universitária à classe dominante e dispensados porque eram ágeis com o conhecimento que se esforçavam por aplicar às questões maiores da Humanidade.
                          Aqui descobri, também, uma fé calorosa no ser humano, um idealismo apaixonante, a suavidade do despojamento, renúncia e martírio - todas as esplêndidas e comoventes qualidades do espírito. Aqui a vida era honesta, nobre e intensa. Aqui a vida se reabilitava, tomava-se maravilhosa: e eu estava alegre por estar vivo. Eu mantinha contato com grandes almas que colocavam o corpo e o espírito acima de dólares e centavos, e para quem o gemido fraco de famintas crianças das favelas vale mais do que toda a pompa e circunstância da expansão do comércio e do império mundial. Tudo à minha volta era nobreza de propósitos e heroismo de esforço e meus dias e noites eram de sol e estrelas brilhantes, tudo calor e frescor, como o Santo Gral, o próprio Gral de Cristo, o ser humano quente, conformado e maltratado, mas pronto para ser resgatado e salvo no final, sempre ardente e resplandecente, diante dos meus olhos.                   
                         E eu, pobre tolo eu, julgava ser aquilo apenas uma amostra das delícias de viver que eu deveria descobrir acima de mim na sociedade.Tinha perdido muitas ilusões desde os dias em que lera os romances da Biblioteca Seaside no rancho da Califórnia. E estava destinado a perder muitas das ilusões que ainda retinha.
                        Como mercador da inteligência, fui um sucesso. A sociedade abriu seus portais para mim. Entrei direto no andar de luxo e meu desencantamento foi rápido. Sentei para jantar com os senhores da sociedade; e com as esposas e mulheres dos donos da sociedade. As mulheres se vestiam muito bem, admito; mas para minha ingênua surpresa percebi que elas eram feitas do mesmo barro que todas as outras mulheres que eu tinha conhecido lá embaixo nos porões. A senhora do coronel e Judy O'Grady eram irmãs debaixo de suas peles e vestidos.
                         Não foi isto, porém, tanto quanto seu materialismo, o que mais me chocou. É verdade, estas mulheres lindas , ricamente vestidas, tagarelavam sobre singelos ideais e pequenos moralismos; mas, ao contrário de sua conversa mole, a chave dominante da vida que levavam era materialista. E como elas eram egoístas sentimentalmente. Contribuíam em todas as formas de pequenas caridades e se informavam sobre a realidade, enquanto todo o tempo os alimentos que comiam e as belas roupas que vestiam eram comprados com os lucros manchados pelo sangue do trabalho infantil, do trabalho exaustivo e mesmo da prostituição. Quando mencionei tais fatos, esperando em minha inocência que aquelas irmãs de Judy O'Grady arrancassem fora de uma vez suas sedas e jóias tingidas de sangue, elas ficaram furiosas e excitadas, e leram para mim pregações sobre o desperdício, a bebida e a depravação inata que causavam toda a miséria nos porões da sociedade. Quando falei que não podia perceber bem como era a falta de economia, a intemperança e a depravação de crianças quase famintas de seis anos que as fazia trabalhar doze horas por noite numa fiação de algodão sulista, aquelas irmãs de Judy O'Grady atacaram minha vida pessoal e me chamaram de "agitador" - embora isto, na verdade, reforçasse meus argumentos.
                        Não me dei melhor com os senhores da sociedade. Esperava encontrar homens honestos, nobres e vivos cujos ideais fossem honestos, nobres e vivos. Andei com homens que estavam nos lugares mais altos - os pregadores, os políticos, os homens de negócios, professores e editores. Comi carne com eles, tomei vinho com eles, andei de automóvel com eles e estudei com eles. É verdade, encontrei muitos que eram honestos e nobres; mas, com raras exceções, não estavam vivos. Realmente acredito que poderia contar as exceções com os dedos das minhas mãos.
Quando eles não estavam mortos pela podridão moral, atolados na vida suja, eram apenas a morte insepulta - como múmias bem preservadas, mas não vivas. Neste sentido, poderia especialmente citar professores que conheci, homens que vivem de acordo com o decadente ideal universitário, "a perseguição sem paixão da inteligência sem paixão".
                         Conheci homens que invocavam o nome do Príncipe da paz em seus discursos contra a guerra e que botaram nas mãos dos Pinkertons rifles que abateram grevistas em suas próprias fábricas. Encontrei homens incoerentes indignados com a brutalidade de lutas de boxe e pugilismo, e que, ao mesmo tempo, participavam da adulteração de alimentos que a cada ano mata mais bebês do que qualquer Herodes de mãos rubras jamais havia matado. Em hotéis, clubes, casas e vagões de luxo, em cadeiras de navios a vapor conversei com capitães de indústria e me espantou como eles eram pouco viajados nos domínios do intelecto. Por outro lado, descobri que sua inteligência para negócios era excepcionalmente desenvolvida. Descobri também que sua moralidade, quando há negócios envolvidos, nada vale.
                        O delicado, destacado e aristocrático cavalheiro era um testa-de-ferro de corporações que secretamente roubavam viúvas e órgãos. Este cavalheiro, que colecionava edições de luxo e era patrocinador especial da literatura, pagou chantagem a um chefão político de queixo duro e sobrancelhas escuras da máquina municipal. Este editor, que publicou propaganda de medicamentos licenciados e não ousou divulgar a verdade em seu jornal sobre os mesmos medicamentos, com medo de perder o anunciante, me chamou de canalha demagogo porque lhe disse que sua economia política era antiquada e sua biologia, contemporânea de Plínio. Este senador foi a ferramenta e o escravo, o pequeno fantoche de uma máquina indecente e ignorante de algum chefão político; assim eram o governador e seu juiz no Tribunal de Justiça; e todos os três tinham passes para viajar de graça na estrada de ferro. Este homem, falando seriamente sobre as belezas do idealismo e a bondade de Deus, tinha recém-traído seus colegas numa questão de negócios. Este homem, pilar da igreja e grande contribuinte de missões no exterior, obrigava as garotas de suas lojas a trabalhar dez horas por dia por um salário de fome e portanto encorajava diretamente a prostituição. Este homem, que dá dinheiro à universidade, comete perjúrio em tribunais por causas de dólares e centavos. E o grande magnata da estrada de ferro quebrou sua palavra de cavalheiro e cristão quando admitiu abatimentos secretos para um dos dois capitães de indústria empenhados numa luta de morte. Era o mesmo em todo lugar, crime e traição, traição e crime - homens que estavam vivos não eram honestos nem nobres; homens que eram honestos e nobres não estavam vivos. Então havia uma grande massa sem esperanças, nem nobre nem viva, mas simplesmente honesta. Ela não podia errar positiva ou deliberadamente; mas errava de maneira passiva e ignorante ao concordar com a imoralidade generalizada e os lucros que ela produz. Se fosse nobre e viva, não seria ignorante, e se teria recusado a dividir os lucros do crime e da traição.
                     Percebi que não gostava de viver no andar de luxo da sociedade. Intelectualmente era aborrecido. Moralmente e espiritualmente, eu estava doente. Eu lembrava meus intelectuais e idealistas, meus pregadores sem hábito, professores desempregados e trabalhadores honestos com consciência de classe. Lembrava meus dias e noites de sol e estrelas brilhando, quando a vida era uma maravilha doce e selvagem, um paraíso espiritual de aventuras não egoístas e um romance ético. E diante de mim, sempre resplandecente e excitante, eu vislumbrava o Sagrado.
                      Então, voltei à classe operária, na qual havia nascido e à qual pertencia. Não me preocupava mais em subir. O imponente edifício da sociedade não guarda delícias para mim acima da minha cabeça. São os alicerces do edifício que me interessam. Lá, eu estou contente de trabalhar, de ferramenta na mão, ombro a ombro com intelectuais, idealistas e operários com consciência de classe, reunindo uma força sólida agora para mais uma vez pôr o edifício inteiro a balançar. Algum dia, quando tivemos poucas mãos e alavancas a mais para trabalhar, vamos derrubá-Io, com toda sua vida em putrefação e sua morte insepulta, seu egoísmo monstruoso e seu materialismo estúpido. Então vamos limpar os porões e construir uma nova moradia para a espécie humana, onde não haverá andar de luxo, na qual todos os quartos serão claros e arejados, e onde o ar para respirar será limpo, nobre e vivo.
                       Esta é a minha perspectiva. Vejo à frente um tempo em que o homem deverá progredir em direção a alguma coisa mais valiosa e mais elevada que seu estômago, quando haverá maiores estímulos para levar os homens à ação que o incentivo de hoje, que é o incentivo do estômago. Conservo minha crença na nobreza e excelência da Humanidade. Acredito que a doçura e o despojamento espiritual vão superar a gula grosseira dos dias de hoje. E, no fim de tudo, minha fé está na classe trabalhadora. Como disse um francês: "A escada do tempo está sempre ecoando com um tamanco subindo e uma bota polida descendo".
 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Aretha Franklin - Respect

What you want
 Baby, I got
 What you need
 Do you know I got it?
 All I'm askin'
 Is for a little respect when you come home (just a little bit)
Hey baby (just a little bit) when you get home
(just a little bit) mister (just a little bit)
I ain't gonna do you wrong while you're gone
Ain't gonna do you wrong 'cause I don't wanna
All I'm askin'
Is for a little respect when you come home (just a little bit)
Baby (just a little bit) when you get home (just a little bit)
Yeah (just a little bit)
I'm about to give you all of my money
And all I'm askin' in return, honey
Is to give me my propers
When you get home (just a, just a, just a, just a)
Yeah baby (just a, just a, just a, just a)
When you get homE (just a little bit)
Yeah (just a little bit)

Ooo, your kisses
Sweeter than honey
And guess what?
So is my money
All I want you to do for me
Is give it to me when you get home 
Yeah baby
Whip it to me (respect, just a littlebit)
When you get home, now (just a little bit)
R-E-S-P-E-C-T
Find out what it means to me
R-E-S-P-E-C-T
Take care, TCB
Oh (sock it to me, sock it to me,
sock it to me, sock it to me)
A little respect (sock it to me, sock it to me,
sock it to me, sock it to me)
Whoa, babe (just a little bit)
A little respect (just a little bit)
I get tired (just a little bit)
Keep on tryin' (just a little bit)
You're runnin' out of fools' (just a little bit)
And I ain't lyin' (just a little bit)
(re, re, re, re) 'spect
When you come home
  Or you might walk in (respect, just a little bit)
And find out I'm gone (just a little bit)
I got to have (just a little bit)
A little respect (just a little bit)

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

E a obra prima...

A Monaliza do Geraldo:

Não dá pé não tem pé nem cabeça
Não tem ninguém que mereça
Não tem coração que esqueça
Não tem jeito mesmo
Não tem dó no peito
Não tem nem talvez
Ter feito o que você me fez
Desapareça cresça e desapareça

Não tem dó no peito
Não tem jeito
Não tem coração que esqueça
Não tem ninguém que mereça
Não tem pé não tem cabeça
Não dá pé não é direito
Não foi nada eu não fiz nada disso
E você fez um bicho de 7 cabeças
Bicho de 7 cabeças

Não dá pé não tem pé nem cabeça
Não tem coração que esqueça
Não tem ninguém que mereça
Não tem jeito mesmo
Não tem dó no peito
Não tem nem talvez
Ter feito o que você me fez
Desapareça
Bicho de sete cabeças, bicho de sete cabeças

Entre as estrelas do meu drama
Você já foi meu anjo azul
Chegamos num final feliz
Na tela prateada da ilusão

Na realidade onde está você
Em que cidade você mora
Em que paisagem em que país
Me diz em que lugar, cadê você

Você se lembra
Torrentes de paixão
Ouvir nossa canção
Sonhar em Casablanca
E se perder no labirinto
De outra história

A caravana do deserto
Atravessou meu coração
E eu fui chorando por você
Até os sete mares do sertão
Você se lembra...

Veja Margarida,

2ª Parte:

Veja você,
Arco-iris já mudou de cor
Uma rosa nunca mais desabrochou
E eu não quero ver você
Com essa gosto de sabão na boca
arco-íris já mudou de cor
uma rosa nunca mais desabrochou
não quero ver você
Veja meu bem, gasolina vai subir de preço
Eu não quero nunca mais seu endereço
Ou é o começo do fim... ou é o fim...

1ª Parte:

Eu vou partir
Pra cidade garantida, proibida
Arranjar meio de vida, Margarida
Pra você gosta de mim
Essas feridas da vida, amarga vida
Pra você gostar de mim
Essas feridas da vida. Margarida
E Essas feridas da vida? amarga vida...
É pra você gostar de mim


Geraldo é música, teatro, arte e muita vida!!

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Quintaneando


Há 2 espécies de chatos: os chatos propriamente ditos e ... os amigos, que são os nossos chatos prediletos.

No Surprises

 

 

A heart that's full up like a landfill
A job that slowly kills you
Bruises that won't heal

 
You look so tired and unhappy
Bring down the government
They don't, they don't speak for us
I'll take a quiet life
A handshake of carbon monoxide

 
No alarms and no surprises
No alarms and no surprises
No alarms and no surprises
Silent silence

 
This is my final fit, my final bellyache with

 
No alarms and no surprises
No alarms and no surprises
No alarms and no surprises please

 
Such a pretty house and such a pretty garden

 
No alarms and no surprises (let me out of here)
No alarms and no surprises (let me out of here)
No alarms and no surprises please (let me out of here)
 
 

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Valsinha


Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a de um jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar
E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto, convidou-a pra rodar
E então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça, foram para a praça e começaram a se abraçar
E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade que toda cidade se iluminou
E foram tantos beijos loucos, tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu, e o dia amanheceu em paz

Bilhete

 
Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...